Alunos da rede estadual participam de seletivas para olimpíadas internacionais de astronomia

08/02/2023
Dois estudantes da rede estadual de Educação poderão integrar equipes que representarão o Brasil na Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica e na Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica, que acontecem neste ano. Ryan Demetrius de Oliveira Borges, do Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira, em Irati, e Erán Martinez Ramos, do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba, estão entre os 200 estudantes brasileiros selecionados para participar da prova final que definirá quem serão os 10 integrantes das equipes que participarão das competições internacionais. Eles estiveram entre os 8 mil alunos convidados a participar do processo seletivo devido ao bom desempenho na prova teórica da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica 2022, realizada pela Sociedade Astronômica Brasileira e pela Agência Espacial Brasileira. O exame, que aconteceu em maio do ano passado, foi realizado por quase um milhão e 200 mil alunos de todos os anos do ensino fundamental e médio no Brasil. Todos os alunos do 9º ano do ensino fundamental que tiraram notas a partir de 9 na prova da Olimpíada, assim como todos os estudantes do ensino médio que tiraram notas acima de 7, foram automaticamente convocados para participar do processo seletivo para as competições internacionais. O processo começou com três provas online, que aconteceram entre outubro e dezembro de 2022. Após a terceira avaliação, foram selecionados os 363 alunos de redes públicas e privadas com as maiores médias. Eles são os que participarão da prova final presencialmente, em março, em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. Nela, será preciso resolver questões teóricas e de observação real do céu. Os 40 estudantes aprovados nessa etapa final começarão, então, o treinamento para as olimpíadas internacionais, que durará de abril a julho. Após o treinamento, serão escolhidos cinco alunos para a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, que deve acontecer em agosto, na Polônia, e outros cinco para a Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica — que acontecerá no Panamá, em data a ser definida. O Aluno Ryan, que cursa a 3ª série do ensino médio no Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira, conta que estuda quatro horas por dia, seis dias por semana se preparando para a Olimpíada. //SONORA RYAN BORGES//

O estudante iniciou, como aluno monitor, um projeto para incentivar os colegas da escola a participarem de olimpíadas científicas, como Mostra Brasileira de Foguetes, uma modalidade da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. Outro representante da rede pública do Paraná nas seletivas, o aluno Erán, conta que está animado com a possibilidade de participar de uma competição internacional, conhecendo professores renomados na área da astronomia e trocando experiências com alunos do mundo todo que têm os mesmos interesses que ele. //SONORA ERÁN RAMOS//

O estudante se prepara agora para a prova presencial com a ajuda de sua mãe e de professores do Colégio Estadual do Paraná, onde cursa a 2ª série do ensino médio. O aluno participa da Equipe de Ciências Espaciais Longe Lateqve, do CEP, coordenada pelo professor Amauri José da Luz Pereira, que também é responsável pelo observatório astronômico e pelo planetário da instituição de ensino. O professor conta que auxiliará Erán com um treinamento específico de instrumentação astronômica e de reconhecimento do céu no planetário. O Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira, em Irati, teve 19 estudantes premiados com medalhas de ouro na edição de 2022. Eles tiveram de lançar foguetes que eles mesmos construíram, com garrafas PET, a fim de obter o maior alcance horizontal possível. Já na prova teórica, o colégio teve dois medalhistas de ouro, que gabaritaram a prova: a estudante Bruna de Souza, além de Ryan — que também conquistou medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Investimentos e de prata na Olimpíada Nacional de Ciências. O colégio se destacou, ainda, pela participação dos estudantes no programa Caça aos Asteroides, uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o IASC. Os alunos que participaram da iniciativa puderam analisar imagens do telescópio do projeto Pan-STARRS em busca de objetos celestes. O estudante Erán participa da equipe do Colégio Estadual do Paraná que programará dispositivos que serão enviados à Lua para coletar dados do satélite natural. A atividade é desenvolvida dentro do projeto de astronomia cidadã, Grande Expedição Lunar para Todos, uma iniciativa da NASA em parceria com a Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos. Em novembro de 2022, os estudantes receberam da Universidade do Colorado uma caixa com os dois dispositivos a serem programados. Chamados de LunaSats, eles são placas eletrônicas que farão a coleta de dados ambientais da superfície lunar. Os objetos devem ser programados e devolvidos aos Estados Unidos em 2023. Então, as placas chegarão à Lua em 2024, quando está programado o lançamento da segunda etapa do programa Artemis, da NASA. (Repórter: Alexandre Nassa)