Após ano premiado, mulheres ajudam o Paraná a ser celeiro do café especial

25/12/2022
A qualidade do café do Paraná cresce pela mão das mulheres, escrevendo uma nova história nas lavouras do Estado. É o que revela a trajetória das ganhadoras da 20ª edição do concurso Café Qualidade Paraná, organizado pelo Governo do Paraná, que incentiva a produção de cafés especiais. O Estado era o maior produtor do Brasil até a grave geada de 1975. Ao longo dos anos seguintes, a cafeicultura foi renovada, passando a ocupar menor área de plantio, mas com índices de produtividade mais expressivos. Hoje, a qualidade da bebida é a protagonista, e as mulheres produtoras deram reforço a esse status. Sirlene Soares dos Santos Souza, de Pinhalão, no Norte Pioneiro, ficou em primeiro lugar na categoria natural. Eloir Inocencia Nogueira de Souza, de Tomazina, na mesma região, venceu na categoria cereja descascado. E Maristela Fátima Silva Souza, também de Tomazina, conquistou a segunda colocação nesta categoria. O Norte Pioneiro é referência para os cafés especiais. Dos dez primeiros colocados do concurso deste ano, oito são da região cafeeira. Café especial é diferente do tradicional, embora sejam produzidos a partir da mesma planta. Os cuidados para obter a bebida final com mais atributos, como notas sensoriais, começa nos cuidados com o solo e segue nas demais etapas de manutenção da lavoura e, principalmente, na colheita seletiva dos grãos maduros. Ele também não possui outros grãos externos, como milho, cascas e sementes, que podem encontradas no pó de café comum. Desde o começo da década passada, Maristela e Eloir, de Tomazina subiram rápido na carreira e chegaram à Capital do Paraná, vendendo cafés em cafeterias especializadas e a diversas partes do País por meio de marca própria ou coletiva. Os grãos que saem do distrito foram exportados para países como Holanda, Austrália e Estados Unidos, por meio de uma empresa do Norte Pioneiro. O café das mulheres é fruto de um trabalho coletivo. As três vêm de famílias que produziam o café tratado como commodity, tendo a qualidade como objetivo final. O ponto de virada veio com o projeto Mulheres do Café, iniciativa do IDR, que deu visibilidade a elas para que pudessem ser reconhecidas. O projeto começou em 2013 e, atualmente, abrange mais de 250 mulheres, distribuídas por 12 grupos de 11 municípios do Norte Pioneiro. (Repórter: Gustavo Vaz)