Assistência técnica, cooperação e sucessão familiar fortalecem a cafeicultura do Paraná

18/05/2023
Cafeicultores paranaenses estão impulsionando a produção com boas práticas, assistência técnica e cooperação. Com ações inovadoras, eles buscam melhorar a renda familiar e, ao mesmo tempo, preservar o café como uma tradição importante da história da agricultura paranaense. O Norte Pioneiro concentra a maior parte da cafeicultura e, ainda que o volume no Estado não seja expressivo comparado a outras grandes culturas, a qualidade da produção faz a diferença, com diversos cafés especiais premiados em concursos. A fórmula para esse bom desempenho inclui mecanização, diversificação e sucessão familiar. Nesse cenário, o “saber fazer” dos extensionistas ruais do Estado tem sido fundamental para promover transformações na vida das famílias no campo. Eles conhecem as propriedades, o modo de vida e a realidade local. As políticas públicas do Estado também têm papel importante no suporte à agricultura familiar, dando acesso a recursos, estrutura ou outros benefícios que fazem prosperar a produção. O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, acompanhado de uma equipe do Sistema Estadual de Agricultura, visitou nesta semana propriedades que servem como referência no Norte Pioneiro. O município de Carlópolis lidera a produção do grão no Paraná e é um exemplo desse cenário. Durante a visita às propriedades, Ortigara parabenizou os cafeicultores, técnicos e lideranças e listou algumas políticas públicas que podem ajudar na continuidade desse trabalho. // SONORA NORBERTO ORTIGARA //

O coordenador estadual de Cafeicultura do IDR-Paraná, Otávio da Luz, que trabalha há mais de 30 anos em Carlópolis, acompanhou de perto a história do café. Ele explica que o cuidado com o solo e a diversificação são fatores primordiais para melhorar a produtividade, especialmente com a fruticultura e olericultura. A extensão rural tem papel fundamental no incentivo a essas práticas. // SONORA OTÁVIO DA LUZ //

Para entender o que levou Carlópolis ao título de principal produtor de café do Paraná, é preciso conhecer também a história das famílias, que têm conseguido manter o interesse das novas gerações pela cultura. O produtor Emanuel Liuti, de 23 anos, seguiu a mesma vocação do pai e do avô. Ele conta que em 2006, a família cultivava meio hectare. Hoje, são 16 hectares de café, e também está aumentando a área de fruticultura. // SONORA EMANUEL LIUTI //

Na lavoura da família de Emanuel, 90% do trabalho é mecanizado. // SONORA EMANUEL LIUTI //

Políticas públicas também são fundamentais para estruturar as propriedades e colaborar com os produtores. Outro cafeicultor que manteve a propriedade da família é Marcelo Teixeira, do Sítio Teixeira. Ele é da terceira geração de cafeicultores, e os filhos já estão interessados no setor. A propriedade gera de 2 mil e 500 a 3 mil sacas de café beneficiado por ano e já teve seu produto comercializado para países como Austrália e Holanda. // SONORA MARCELO TEIXEIRA //

O cooperativismo foi outro fator que colaborou para o fortalecimento dessa cultura. Trabalhando em parceria com o IDR-Paraná, a Capal passou a atuar nessa área por volta de 2004. Hoje, com 350 cafeicultores cooperados, a entidade planeja potencializar a comercialização e ampliar os investimentos. A intensificação das ações do Estado junto a produtores de café teve um marco também na semana passada, durante a Expoingá. (Repórter: Nathália Gonçalves)