Bombeiro paranaense relata experiência no RS e reforça que operação é extremamente difícil

22/09/2023
A Operação Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, entra em nova fase neste domingo. Nesta data, voltam para casa os 22 bombeiros militares paranaenses e três cães que participaram das atividades de buscas nas cidades gaúchas atingidas pelo ciclone extratropical que provocou a morte de 49 pessoas. Em substituição, chegam à região dois binômios e um bombeiro de apoio. Assim, o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná, CBMPR, vai permanecer na força-tarefa com três bombeiros militares e dois cães. A intenção é, a cada semana, enquanto não forem encontradas as nove pessoas ainda desaparecidas, substituir o quinteto em ação no estado vizinho. Por esse motivo, não há prazo para o encerramento da operação. Devido ao cenário atual na região do Vale do Taquari, a utilização dos cães é a principal aposta para a sequência das atividades de busca. Isso porque as vítimas que estavam em locais visíveis, como barrancos ou na água, já foram localizadas pelas forças de segurança. O major Ícaro Gabriel, comandante do Grupo de Operações de Socorro Tático, GOST, e que coordena os trabalhos do Corpo de Bombeiros do Paraná na operação, explica que neste momento, se considera que as vítimas desaparecidas estão sob algum tipo de escombro. // SONORA ÍCARO GABRIEL //

A equipe paranaense encontrou duas vítimas nessa fase da operação em que se estima que os moradores ainda desaparecidos estejam de algum modo soterrados. Um desses corpos foi achado justamente com apoio canino, da cachorrinha Mali. Desde a passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul, no dia 4 de setembro, causando muitos estragos devido aos ventos fortes e enchentes, o Paraná vem mantendo equipe de apoio às forças de segurança locais. Foram executadas ações de busca, salvamento e ajuda humanitária, especialmente em localidades de difícil acesso, com a ajuda de um helicóptero. Um esforço que já mobilizou 85 bombeiros e seis cães da Corporação, além de 15 viaturas e uma aeronave. Embora não se sinta confortável em usar a palavra positivo para fazer um balanço da participação do CBMPR no Vale do Taquari, em meio a tanta dor e destruição, com famílias ainda procurando entes queridos desaparecidos, o major Gabriel diz entender que a atuação da equipe foi importante para o estado vizinho. A passagem do ciclone extratropical é a pior tragédia natural da história do Rio Grande do Sul. Mais de 100 cidades registraram estragos causados pelo temporal – a maioria chegou a declarar situação de emergência ou calamidade pública. Além disso, o número de feridos passou de 900 e o de mortes chegou a 49; seguem desaparecidas nove pessoas. O temporal afetou quase 400 mil pessoas, deixou 22 mil desalojados e 5 mil desabrigados. (Repórter: Victor Luís)