Cegos testam crachá desenvolvido na Unioeste que lê e descreve imagens com IA

05/12/2025
Um grupo de atletas cegos do time de Goalball de Foz do Iguaçu viveu uma experiência sensorial diferente no Parque das Aves, na região das Cataratas. Além da audição, do olfato e do tato, eles testaram uma nova tecnologia que está sendo desenvolvida na Unioeste, Universidade Estadual do Oeste do Paraná. É o NarrAi, um crachá que faz a captura de imagens e, com inteligência artificial, descreve o ambiente por voz, indicando cores, objetos e luzes. O time treina Goalball na estrutura da Adibras e do Sindepat. Acompanhados por guias do Parque das Aves, eles percorreram o espaço, que é um dos poucos do mundo focados na conservação das aves da Mata Atlântica. O local tem seis viveiros de imersão e espécies como jacutinga, mutum-de-alagoas, tucano, araras, flamingos, borboletas e répteis. O atleta Pedro de Abreu da Silva comentou como a natureza e a descrição em áudio ajudam na experiência. // SONORA PEDRO DE ABREU //

A equipe do Laboratório de Computação Gráfica da Unioeste acompanhou o grupo na visita. O NarrAi ainda é um protótipo, mas já recebeu o Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia na categoria Inventor Independente, conquistado pelo estudante Gustavo Camargo Domingues. A ideia foi testar o equipamento na prática e identificar ajustes. O professor Cláudio Roberto Marquetto destacou que o uso da inteligência artificial tem foco total na acessibilidade. // SONORA CLAUDIO MARQUETTO //

Os pesquisadores perceberam que áreas com pouco contraste de cor ou sinal fraco de wi-fi podem influenciar a geração das imagens, e vão trabalhar nessas adaptações. Gustavo desenvolveu o projeto durante o curso de Ciências da Computação e agora seguirá para a pré-incubadora Unihub Foz do Iguaçu, onde vai preparar o NarrAi para um modelo de negócio. // SONORA GUSTAVO DOMINGUES //

O Parque das Aves tem ampliado ações de inclusão e convidou o grupo justamente para avaliar melhorias. O espaço já recebe consultoria de Ivan José de Pádua, assessor da Unioeste e pessoa com deficiência visual, e oferece recursos como empréstimo de cadeira de rodas e materiais táteis de animais. A visita serviu para identificar outras possíveis adaptações para atender melhor pessoas com deficiência. (Repórter: Gabriel Ramos)