Chegada de mais um pesquisador ucraniano é marcada por muita emoção, em Foz do Iguaçu

01/03/2023
O impacto da guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode ser observado no nível global. A situação vivenciada por cidadãos desses países chamou atenção do governo paranaense, que criou, via Fundação Araucária, o Programa de Acolhida a Cientistas Ucranianos, aplicável em universidades paranaenses. A Unioeste, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, recebeu em agosto do ano passado a cientista Yuliia Felenchak, pesquisadora da área de turismo. Ela e o marido, Andrii Holod, foram aprovados para realizar atividades científicas no Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Cultura e Fronteiras, do câmpus de Foz do Iguaçu. Andrii, no entanto, não conseguiu permissão para viajar com a família na época, obrigando Yuliia a recomeçar a vida com seus dois filhos no Brasil. Desde então a pesquisadora estabeleceu moradia em Foz do Iguaçu, trabalha e os filhos vão à escola. A inserção das crianças no colégio trouxe especial atenção a um dos filhos do casal, que foi diagnosticado com autismo e vem recebendo atendimento das pedagogas e profissionais do município. Com esse diagnóstico, no final de janeiro de 2023, ele conseguiu a liberação para atravessar o Atlântico. A viagem demorou mais um pouco e ele desembarcou nesta quarta-feira na cidade fronteiriça, onde também trabalhará na Unioeste. Ele estava bastante emocionado e disse que o sentimento é de felicidade por chegar ao Brasil e rever a família. A pesquisadora disse que as crianças ficaram muito felizes. Elas tiveram dificuldade em sobreviver à mudança e a uma transformação tão radical em seu ambiente habitual. Mas nessa situação, a escola e o jardim de infância os ajudaram muito, assim como os novos conhecidos brasileiros, que se tornaram amigos. O programa recebeu até o momento 13 pesquisadores no Paraná, distribuídos em 10 universidades. Este edital é de fluxo contínuo, possui 50 bolsas disponíveis e tem como prioridade apoiar financeiramente as Instituições Científicas e Tecnológicas e de Inovação paranaenses na acolhida de pesquisadores ucranianos para atuar na pós-graduação Stricto Sensu. Os cientistas que possuem mais de cinco anos de experiência em pesquisa recebem a bolsa mensal de 10 mil reais e os que possuem menos de cinco anos de experiência recebem 5 mil e 500 reais. O programa ainda conta com auxílio complementar de mil reais por dependente abaixo de 18 anos ou ascendente acima de 60 anos. O limite deste auxílio é estabelecido em três complementos para cada pesquisador selecionado. (Repórter: Nathália Gonçalves)