Com “cirurgia-aula”, professor do Paraná é referência global na formação de neurocirurgiões
08/05/2023
Uma das maiores alegrias de um professor é ver o sucesso de seus alunos. Para o neurocirurgião e professor da UFPR Luís Alencar Biurrum Borba, a satisfação é ainda maior: mais do que garantir aos estudantes um ofício, Borba os ensina a salvar vidas. Especialista em cirurgias na base do crânio, o médico atua para anular doenças localizadas em regiões de difícil acesso e, desde o início da carreira, se desafiou a assumir casos de alta complexidade. De lá pra cá, ele já realizou operações em mais de 15 países, inclusive na esposa de um ministro da Jordânia. O neurocirurgião ainda ministrou cursos na Tailândia, Espanha, Uruguai, Argentina, Peru, Colômbia, Estados Unidos, México, Portugal, Líbano, Egito, China, Kuwait e Rússia, país onde recebeu, em 2019, o título de Professor Emérito da I.M. Sechenov Primeira Universidade Médica Estatal de Moscou, por sua inserção acadêmica na área e pelos serviços prestados à neurocirurgia russa, com o treinamento de profissionais. A instituição só concedeu o título a nove pessoas em todo o mundo. Ele também é personagem da série de reportagens “Paraná, o Brasil que dá certo”, da Agência Estadual de Notícias, que apresenta iniciativas de alguma maneira vinculadas à administração pública estadual que são referência para o Brasil em suas áreas. Atualmente, o médico é presidente da Federação Latinoamericana de Neurocirurgia e coordenador do Comitê de Educação da Federação Mundial de Neurocirurgia. Ele nasceu no Rio Grande do Sul, mas passou boa parte de sua vida no Paraná. Formado pela Universidade Federal de Pelotas, estudou a vida toda em escola pública. Chegou ao Estado em 1987 para fazer residência na UFPR, instituição onde se tornaria professor anos depois, em 2013. Depois da residência, trabalhou em Pato Branco, no Sudoeste, para juntar dinheiro e ir aos Estados Unidos, onde o interesse pela neurocirurgia se expandiu. Lá aprendeu o método que vem aprimorando e ensinando desde então: gravar cirurgias em 3D para usar no ensino. Hoje, o neurocirurgião utiliza a estrutura do Centro Hospitalar de Reabilitação do Paraná, integrado ao Complexo Hospitalar do Trabalhador, que pertence à rede de atendimento do Governo do Estado, para ministrar seus cursos de forma gratuita e totalmente voluntária. Após a formação em solo nacional, Borba adquiriu experiência em cirurgia nos Estados Unidos. Mas além disso ele teve a ideia de usar o dinheiro que conseguiu reservar na temporada americana e comprou um equipamento necessário para gerar as imagens das cirurgias, ainda numa época em que esse não era o principal foco da medicina. Com ele em mãos passou a fazer testes para que as minúcias das operações pudessem chegar a novos públicos. O professor explica que há 20 anos as imagens 3D começaram a surgir. // SONORA LUÍS ALENCAR //
Em 2019, o Ministério Público do Trabalho firmou um termo de cooperação com a Secretaria da Sáude, para a compra de equipamentos com a melhor tecnologia do mercado, totalizando um investimento de quase 10 milhões de reais. Os itens foram entregues entre julho de 2020 e junho de 2022. Uma das salas do centro cirúrgico também foi reformada pelo Estado e passou a ter paredes pretas. É a primeira do Paraná a utilizar essa tecnologia, que contribui para uma melhor visualização dos procedimentos cirúrgicos e das próprias gravações. Com a estrutura do local, Borba transmite suas cirurgias ao vivo para outros residentes com imagens em 3D. O professor destaca que outras unidades hospitalares, principalmente públicas, não oferecem, muitas vezes por falta de equipamentos e recursos, treinamentos tão completos a residentes, sobretudo em outras partes do Brasil. Segundo ele, a ideia é fazer nesse espaço procedimentos complexos que outros hospitais não querem fazer porque são demorados. (Repórter: Victor Luís)
Em 2019, o Ministério Público do Trabalho firmou um termo de cooperação com a Secretaria da Sáude, para a compra de equipamentos com a melhor tecnologia do mercado, totalizando um investimento de quase 10 milhões de reais. Os itens foram entregues entre julho de 2020 e junho de 2022. Uma das salas do centro cirúrgico também foi reformada pelo Estado e passou a ter paredes pretas. É a primeira do Paraná a utilizar essa tecnologia, que contribui para uma melhor visualização dos procedimentos cirúrgicos e das próprias gravações. Com a estrutura do local, Borba transmite suas cirurgias ao vivo para outros residentes com imagens em 3D. O professor destaca que outras unidades hospitalares, principalmente públicas, não oferecem, muitas vezes por falta de equipamentos e recursos, treinamentos tão completos a residentes, sobretudo em outras partes do Brasil. Segundo ele, a ideia é fazer nesse espaço procedimentos complexos que outros hospitais não querem fazer porque são demorados. (Repórter: Victor Luís)