Com desoneração das alíquotas de PIS e Cofins, GNV está mais competitivo no Paraná

13/04/2023
Menos poluente do que os combustíveis líquidos e mais seguro, o Gás Natural Veicular, GNV, sempre se mostrou mais vantajoso para os motoristas que o utilizam. Nas últimas semanas, o cenário que permite uma maior competitividade do gás natural frente aos combustíveis líquidos se intensificou no Paraná com a decisão do Governo Federal de manter a desoneração das alíquotas de PIS e Cofins incidentes sobre as operações com GNV por mais quatro meses e também com a redução do preço do gás natural repassada pela Companhia Paranaense de Gás, a Compagas, aos postos de combustíveis. A partir de 1º de fevereiro, a tarifa aplicada pela Compagas para o segmento veicular sofreu uma redução de quase 16%, e a partir de 1º de abril uma mudança na base de cálculo dos tributos que incidem sobre o GNV via Confaz permitiu mais uma redução de 3%. O CEO da Compagas, Rafael Lamastra Jr, explica sobre a tarifa nos postos. // SONORA RAFAEL LAMASTRA //

Segundo Levantamento de Preços de Combustíveis da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis referente à semana de 26 de março a 1º de abril de 2023 no Paraná, o preço médio de revenda do etanol hidratado estava em 4 reais e 23 centavos por litro, enquanto o da gasolina comum era de 5 reais e 84 centavos por litro. Já o metro cúbico do GNV custava 5 reais e 49 centavos. A capacidade média de rodagem é de 14 quilômetros por m³ de GNV, de 7 km por litro de etanol e de 10 km por litro de gasolina. Considerando o preço de venda e o maior rendimento, o GNV pode proporcionar uma economia de até 35% para aqueles que o utilizam. Importante destacar, ainda, que os motoristas paranaenses que possuem o kit GNV instalado e a documentação em dia têm um desconto de cerca de 70% no IPVA, pagando alíquota de 1% sobre o valor do veículo, enquanto para os demais é de 3,5%. No quesito ambiental, ainda que o GNV tenha origem fóssil, ele emite menos poluentes do que os combustíveis líquidos, especialmente por ter uma queima mais limpa, com menos fuligem e menor geração de dióxido de carbono. Comparado com a gasolina, por exemplo, com o uso do GNV a emissão chega a ser até 30% menor. Também é de fácil dispersão na atmosfera, o que reduz os riscos de acidentes e vazamentos. Em 2022, o consumo de gás natural cresceu 7,2% no país na comparação com 2021, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado, puxado pelo comércio, indústria e GNV, muito em razão da alta dos preços da gasolina e do óleo diesel verificada no ano passado. E o maior uso de GNV não ficou restrito a veículos leves, já que foi registrada também maior aquisição de veículos pesados movidos a GNV e biometano. Em Curitiba e Região Metropolitana, desde 1° de março um ônibus movido 100% a GNV está rodando. Até o fim do mês, ele será testado em uma linha do transporte coletivo urbano para certificar os indicadores de eficiência, principalmente quanto à redução de 90% nas emissões de poluentes, quando comparado ao uso do diesel. A iniciativa é uma parceria da Compagas e do Governo do Estado com a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná e a fabricante Scania. Qualquer veículo movido a gasolina ou etanol pode fazer a conversão para o GNV. O processo deve começar com um pedido de autorização para o Detran. Com o documento em mãos, o consumidor pode instalar um kit em uma oficina credenciada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, Inmetro. No site da Compagas é possível conferir a lista de oficinas credenciadas. Após a conversão, que tem custo médio de 4 mil e 500 reais, é necessária uma inspeção técnica e manter a rotina de vistorias anuais para emitir o Certificado de Segurança Veicular, o Selo GNV e obter o licenciamento anual. (Repórter: Victor Luís)