Com juros subsidiados pelo Estado, Banco do Agricultor já muda a realidade dos paranaenses

21/03/2022
Os cafezais plantados pela agricultora Silvana Favaro, de Ivaiporã, no Vale do Ivaí, agora dividem espaço com tubos, filtros e aspersores. Ela está instalando na propriedade de três hectares com café um sistema de irrigação. Sonho antigo dos Favaro, que se tornou ainda mais prioridade com as ondas de calor e estiagem que acompanham a Região Sul do País. O planejamento saiu do papel com a ajuda do Banco do Agricultor Paranaense. Pela linha de financiamento estadual, projetos de irrigação que utilizem recursos do Plano Safra e formalizados até 31 de dezembro de 2022 saem a juros zero para os produtores, com as taxas custeadas integralmente pelo Estado. Silvana captou 157 mil reais. Recursos, ela conta, que prevê pagar com o incremento na produtividade das terras.// SONORA SILVANA FAVARO.//

Irrigação que também está sendo instalada na propriedade de Marcos Leite, na vizinha Lidianópolis, também para o café.// SONORA MARCOS LEITE.//

Antônio Navarro, de Sabáudia, na Região Norte, tem 10 anos para quitar o investimento em placas solares instaladas na granja com capacidade de 70 mil frangos. Logo no primeiro mês, ele viu a conta de luz baixar de aproximadamente 10 mil para 300 reais, com a vantagem ainda de a usina bancar a energia que gasta em casa.// SONORA ANTÔNIO NAVARRO.//

Lançado em 2021, o Banco do Agricultor Paranaense funciona como um programa de crédito exclusivo com juros subsidiados pelo Governo do Estado. A proposta é alavancar investimentos por meio da equalização de taxa de juros em diversas atividades agropecuárias, além de promover inovação tecnológica, sustentabilidade, geração de emprego e melhoria da competitividade do produto paranaense. O alcance é estimado em 500 milhões de reais. Para isso, o Estado compensa o agricultor, por meio da Fomento Paraná, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico, com o reembolso de até 3 pontos porcentuais do juro contratado junto às instituições financeiras que trabalham com crédito rural. Neste primeiro momento estão credenciados o Banco do Brasil, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul e as cooperativas de crédito Sicoob e Cresol. Dependendo do enquadramento dentro do programa e das condições do empréstimo, o financiamento é a juro zero para o agricultor, com os encargos ficando sob responsabilidade do Governo. Há, ainda, carência mínima para o pagamento da primeira prestação, variável de acordo com cada linha de crédito. O governador Carlos Massa Ratinho Junior destaca a importância do Estado incentivar o agronegócio, importante não só para o Paraná mas também para o Brasil.// SONORA RATINHO JUNIOR.//

De acordo com a lei aprovada pela Assembleia Legislativa, a subvenção está autorizada para a agricultura familiar, cooperativas e associações de produção, comercialização e reciclagem, e as agroindústrias familiares, além de projetos que utilizem fontes renováveis de geração de energia e ou destinados à irrigação, entre outros. O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, ressalta que a aplicação de juro zero para energia renovável é um fomento a mais na busca de tornar o Estado mais sustentável econômica e ambientalmente. Ele também cita os investimentos para fomentar o turismo rural.// SONORA NORBERTO ORTIGARA.//

Uma das linhas oferecidas é para projetos de irrigação, com subvenção para financiamento de até 850 mil reais por CPF. Nesse caso, os agricultores familiares, de forma geral, e os médios e grandes produtores da região do Arenito Caiuá, no Noroeste, vão poder equalizar até 3 pontos percentuais de taxas de juros ao ano. Para médios e grandes produtores com propriedade em outras regiões, até 2 pontos percentuais. Vão ser beneficiados projetos para a produção de grãos, pastagens, forragens, mandioca, café, frutícolas, flores e olerícolas. Na linha destinada ao aumento de produção, inovação e aprimoramento dos processos de cooperativas da agricultura familiar há possibilidade de subvenção para obras civis, aquisição e instalação de máquinas e equipamentos e para projetos e prestação de serviços de assistência técnica. A equalização é para valores de até um milhão de reais por CNPJ. Já para aquelas que tiverem faturamento anual no limite de quatro milhões e 800 mil reais, a compensação pode chegar a 3 pontos percentuais em investimentos produtivos e integralização de cotas-partes. Projetos de inovação e investimentos produtivos das cooperativas com faturamento entre quatro milhões e 800 mil e 16 milhões podem equalizar até 2 pontos percentuais anuais. O Banco do Agricultor Paranaense atende agroindústrias e leite; água, pinhão e erva-mate; psicultura, orgânicos e turismo; e energia renovável. O engenheiro agrônomo do IDR-Paraná, Cleverson Souza, lembra a importância desse apoio para melhorar a produtividade do campo.// SONORA CLEVERSON SOUZA.//

Para acessar o programa, basta o agricultor ou empresário buscar o banco conveniado com a Fomento Paraná e acertar as condições do investimento. (Repórter: Felippe Salles)