Com plano inédito de segurança no trânsito, Paraná quer reduzir mortes nas vias em 50%

03/07/2025
O Paraná finalizou nesta semana o PETRANS, o Plano Estadual de Segurança no Trânsito, que vai orientar as ações do Estado até 2030. É o primeiro plano do tipo concluído no Brasil e tem como meta reduzir pela metade o número de mortes no trânsito nos próximos cinco anos. Em 2020, o índice era de 21,7 mortes por 100 mil habitantes. A meta é chegar a 10,8 até 2030. Para isso, o PETRANS prevê 30 metas e mais de 100 ações voltadas à melhoria das estradas, integração entre áreas como saúde, educação, segurança e mobilidade, além de medidas de governança. O plano foi elaborado ao longo de dois anos, com a participação de 35 instituições públicas e da sociedade civil, sob coordenação do Detran. Agora, segue para análise da Casa Civil e de outros órgãos antes do lançamento oficial. O Paraná foi o primeiro estado a assinar a adesão ao Pnatrans, em 2021, e o primeiro a formar um grupo técnico dedicado à sua implementação local.

O PETRANS também contribui com metas nacionais e internacionais, como o Pnatrans, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2030 da ONU. Inspirado na estratégia “Visão Zero”, o plano defende que nenhuma morte no trânsito é aceitável e que garantir a segurança viária é dever do Estado. O diagnóstico feito para a elaboração do plano mostra que, entre 2010 e 2024, a frota no Paraná cresceu mais de 50%. Já a emissão de CNHs caiu 24%, com destaque para o aumento de mulheres habilitadas. Cidades com menos de 20 mil moradores concentram 29% das mortes no trânsito. As principais vítimas são jovens entre 20 e 29 anos e idosos. O custo médio de um acidente no Estado é alto: cerca de 107 mil reais por sinistro e até 1 milhão em caso de morte. Em 2023, as internações por lesões no trânsito custaram mais de 20 milhões de reais ao SUS. Só em 2024, mais de 10 milhões já foram gastos com acidentes envolvendo motos. O plano também aponta os principais fatores de risco, como velocidade excessiva, álcool ao volante e desrespeito às leis. O sucesso do PETRANS depende do envolvimento do poder público e da população. (Repórter: Gabriel Ramos)