Com vespinhas, IDR-Paraná ajuda a controlar doença que afeta plantios de cítricos

12/09/2021
Um projeto experimental do IDR-Paraná, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater, distribuiu este ano mais de 650 mil exemplares da vespinha tamaríxia em plantios de cítricos no Estado. A liberação desses insetos é uma estratégia empregada no manejo do HLB, doença também chamada de greening dos citros.
O HLB provoca o aparecimento de folhas amareladas, deformação dos frutos, debilitação geral das plantas infectadas e, consequentemente, queda na produção.
O ciclo da doença envolve um pequeno inseto, que suga a seiva das plantas é o principal vetor do HLB. Ele adquire a bactéria em plantas doentes e a transmite quando se alimenta em folhas de árvores sadias. O HLB se encontra disseminado em importantes regiões produtoras ao redor do mundo. Foi detectada no Paraná em 2006, no município de Altônia, Noroeste do Estado.
Uma das propostas da pesquisa do IDR-PR para manejo da doença é o uso desse “inimigo biológico”, a vespinha tamaríxia, que deposita os ovos em ninfas, formas jovens, do inseto, matando-as. Dessa forma, provoca a diminuição da presença do vetor da bactéria do HLB nos pomares. Essa técnica também tem sido empregada em São Paulo, no México, na Costa Rica, nos Estados Unidos e em outras regiões produtoras de citros.
Vespinhas de tamaríxia são liberadas em pomares domésticos, plantios comerciais abandonados e também nas cidades, sobretudo onde há plantas de murta, espécie ornamental que é uma das principais hospedeiras da bactéria.
A liberação das vespinhas é feita dessa forma porque, ao contrário dos pomares comerciais, nesses locais geralmente não se faz aplicação de inseticidas, e o inimigo natural fica “protegido”.
O projeto experimental de produção e liberação começou em 2016, resultado de parceria do IDR-Paraná com a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e a empresa Citri Agroindustrial, com articulação da Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento Rural. Já naquele ano foi realizada a primeira liberação. A multiplicação é feita pelo IDR-Paraná, enquanto os demais parceiros se encarregam da distribuição no campo.
Já foram liberadas mais de quatro milhões de vespinhas desde o início do projeto experimental. Em algumas localidades, chegou a 61% a quantidade de ninfas de insetos parasitadas por tamaríxia. (Repórter: Flávio Rehme)