Consumo de energéticos: Saúde alerta para problemas cardíacos em adolescentes e jovens

17/09/2025
A Secretaria de Saúde do Paraná faz um alerta sobre o aumento de problemas cardiovasculares em adolescentes e jovens adultos, entre 15 e 30 anos. Esse grupo não costuma ser considerado de risco, mas cada vez mais tem adotado hábitos que podem levar a doenças do coração. Entre os principais fatores estão a má alimentação, o sedentarismo, o consumo excessivo de bebidas energéticas e o uso indevido de medicamentos como a tadalafila, indicada para disfunção erétil, mas usada de forma errada por jovens que buscam ganho de massa muscular — algo sem qualquer comprovação científica. De acordo com especialistas, a cafeína em excesso, presente nos energéticos, pode acelerar os batimentos cardíacos, causar palpitações, aumentar a pressão arterial e até provocar infarto. Uma pesquisa da Kantar mostrou que essas bebidas já estão em 38% dos lares brasileiros e também são consumidas fora de casa, em bares, por 22% do público. O uso de medicamentos sem orientação médica também preocupa. No caso da tadalafila, o risco é de queda brusca da pressão arterial e complicações cardiovasculares severas. Os dados confirmam a preocupação. Em 2024, os hospitais do Paraná atenderam 1 mil 183 jovens entre 15 e 30 anos com problemas no coração, sendo 566 apenas na faixa dos 15 aos 24 anos. Já no primeiro semestre de 2025, foram 759 atendimentos nessa faixa de 15 a 30 anos — o que já representa 64% de todo o ano passado. Só entre adolescentes e jovens até 24 anos, foram 390 atendimentos, 70% do total registrado em 2024. Entre os problemas mais comuns estão insuficiência cardíaca, arritmia, crise hipertensiva e até infarto. No ano passado, 107 jovens foram atendidos com arritmia. Em 2025 já são 68 casos, o que corresponde a 65% de todo o ano anterior. As crises hipertensivas também chamam atenção. Em 2024 foram 220 atendimentos, enquanto no primeiro semestre de 2025 já são 160, ou seja, 73% do total do ano passado. Só entre 15 e 24 anos, foram 75 casos neste ano, número que já equivale a 80% do registrado em 2024. (Repórter: Gabriel Ramos)