Economista da Secretaria da Fazenda do Paraná assume a direção de instituição fiscal do Senado

08/07/2021
Vilma da Conceição Pinto, assessora de apenas 31 anos da Secretaria de Estado da Fazenda, foi eleita nesta quarta-feira, pelo plenário do Senado Federal para exercer o cargo de diretora da Instituição Fiscal Independente, vinculada à Casa Legislativa, e se torna a primeira mulher negra a ocupar tal função. Ela deve deixar o cargo nos próximos dias e, como diretora, pretende contribuir com a discussão nacional da retomada da economia.
Mestre em economia empresarial e finanças pela Fundação Getúlio Vargas, com dissertação sobre avaliação e estimação do resultado fiscal estrutural sob a perspectiva de uma regra de política fiscal, Vilma foi sabatinada pela CAE, Comissão de Assuntos Econômicos, na qual apresentou o atual contexto econômico e social do País. Ela tem experiência em finanças públicas e quer desenvolver novos estudos na área.
Criada em 2016, a Instituição Fiscal Independente do Senado busca ampliar a transparência nas contas públicas. A indicação foi feita pelo presidente da CAE, senador Otto Alencar.
A economista ressaltou que há muitas mulheres com potencial com cargos importantes, mas há alguns anos não era assim. Ela acredita que as mulheres estão conseguindo espaço, conseguindo crescer, e, no caso dela, crescer como mulher negra. //SONORA VILMA DA CONCEIÇÃO PINTO//
Na Secretaria desde junho de 2020, a economista contribuiu com os trabalhos de controle fiscal durante a pandemia. O trabalho da pasta já foi reconhecido por agências internacionais e a Controladoria-Geral da União (CGU). O dia a dia incluía análises da conjuntura econômica, estudos específicos sobre economia, projeção de cenários e diálogo intersetorial com as diversas áreas da Secretaria.
Segundo o secretário da Fazenda, Renê de Oliveira Garcia Junior, Vilma é referência nacional em termos de finanças, sendo exemplo a ser seguido e uma prova de que é possível chegar onde se quer chegar, sendo capaz de superar as diversidades culturais e raciais impostas pela sociedade.
Vilma nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em uma família pobre. Não tinha referência familiar de pessoas na área de economia ou com nível superior. Ainda muito nova começou a fazer cursinhos comunitários e aos 16 anos, enquanto cursava o ensino médio, conseguiu um estágio em um shopping.
Com isso, a economia começou a crescer em seus sonhos e ela começou a pesquisar sobre tudo o que se relacionava com a área. Foi aí que decidiu prestar vestibular para o curso na Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Foi aprovada e se formou em 2014.
Depois conseguiu entrar no IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, onde ajudou a produzir indicadores macroeconômicos. Do IBGE ela foi trabalhar com o economista Gabriel Leal de Barros no IBRE, o Instituto Brasileiro de Economia e ingressou na área de contas públicas.
Em 2014 seria contratada pelo IBRE como pesquisadora da área, representando o instituto em palestras e seminários. Em uma delas conheceu Renê Garcia Junior, que, em 2020, a chamou para trabalhar no Paraná. Ela já escreveu dezenas de textos para notas técnicas e artigos relacionados às finanças públicas das três esferas da federação. (Repórter: Flávio Rehme)