Espetáculo Pret¡!n Move destaca talentos negros no palco do Guaíra

22/11/2022
Histórico e inédito. O palco do auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, o Guairão, recebeu dezenas de talentos afrodescendentes na noite de domingo em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Pret¡!n Move concentrou artistas de música, dança, poesia e moda numa manifestação que já entrou na história do teatro. Iniciativa dos bailarinos do Balé Guaíra Luana Nery, Rodrigo Leopolldo e Leonardo Lino, o evento teve como objetivo celebrar o orgulho preto, mostrando ao público toda a criatividade, o talento e a relevância do caldo cultural de matriz africana. O evento teve um formato dinâmico num local onde geralmente apenas os artistas têm acesso. A plateia foi montada em semiarena ao redor da passarela, tudo no nível do palco do Guairão. Após a exibição de dois vídeos que contextualizam a arte e a cultura negra, apresentaram-se juntos a pianista Inês Drumond e o bailarino da Cia. G2, grupo sênior do Teatro Guaíra, Jurandi da Silva, que dançou um solo ao som de Que Mundo Maravilhoso. Na sequência, a jovem cantora e compositora Adrielly Faria apresentou quatro canções autorais de seu repertório. Ao som da DJ Lo Pimentel, Pret¡!n Move apresentou um desfile que colocou em destaque a criatividade preta na moda. Os tecidos do artesão senegalês Ndiaga Faye ganharam os holofotes com vestidos e túnicas. Três costumes apresentados foram produzidos pela figurinista Michelle Porto para a peça “O Céu de Mahura” com tecidos étnicos de Faye. O coletivo Brechó das Preta entrou na passarela com ênfase na produção de moda e na diversidade de corpos, idades e gênero. Encerrou a apresentação de moda a marca autoral Chris Preta, que contou com apoio da Sephora, sapatos My Shoes e Budweiser. A cantora Isabela de Almeida, a Bebé, entrou logo depois para uma apresentação musical acompanhada do musicista Igor de Melo Loureiro. O slam Samuca fez uma participação emocionante, seguido por um impactante número de dança e música com integrantes da Orquestra Sinfônica do Paraná e bailarinos convidados. A OSP abriu ao som do berimbau, dois violinos e viola com as músicas de Sandra de Sá, “Meus olhos Coloridos” e Nina Simone, “Feeling Good”. Bailarinos clássicos e contemporâneos se movimentavam pelo palco com gestos e movimentos precisos, ricos em potência e energia. A dança afro marcou presença com o solo marcante de Isy Bato e o grupo Kizomba in Curitiba. Ao final, todos os participantes e o público foram para o centro da passarela para uma dança livre de confraternização e compartilhamento do momento tão simbólico para a consciência negra. (Repórter: Alexandre Nassa)