Estado aumenta aquisição de alimentos orgânicos na merenda e ensina prática nas escolas

03/03/2023
Ano a ano, os alimentos orgânicos vão ganhando mais importância e espaço no prato dos estudantes da rede estadual de ensino, tanto pelo ensino do cultivo nos colégios agrícolas quanto pela maior aquisição para a merenda escolar. Pouco abaixo dos 15% na participação dos produtos adquiridos da agricultura familiar há quatro anos, esses alimentos representaram 22% do volume em quilos comprados e 24% do valor investido nas compras da agricultura familiar em 2022. No ano passado, o fornecimento de orgânicos aconteceu em 1.541 escolas da rede pública estadual, ou seja, em 73% das 2 mil e 100 instituições. Estas escolas estão localizadas em 270 dos 399 municípios do Paraná, ou seja, 67% deles. Em relação a 2021, não só aumentou o volume, que representava 18% da quantidade e 20% do valor, mas também o número de colégios atendidos, anteriormente de 1.235, em 192 cidades. Dos mais de 70 diferentes itens fornecidos, as frutas se destacam com 35% da oferta total, seguidas de legumes e tubérculos, com 30%; e hortaliças com 13%. Para 2023, o planejamento é seguir ampliando a participação dos orgânicos, principalmente de grãos como feijão e arroz, alimentos de alta oferta no cardápio, servidos praticamente todos os dias nas escolas. A prática agrícola sem o uso de defensivos agrícolas é trabalhada diretamente com mais de seis mil estudantes do curso técnico agrícola, o carro-chefe da Educação Profissional nos 23 colégios agrícolas da rede estadual, nos quais os alunos estudam 4 mil horas ao longo do ensino médio. A carga horária do curso técnico abrange praticamente a metade disso, começando com 13 de 40 horas-aulas semanais na primeira série até chegar em 26 na terceira série. Os estudantes têm diferentes disciplinas, como introdução à agricultura, agroindústria, culturas, horticultura, agroecologia e gestão ambiental, manejo e conservação do solo, prática agropecuária, zootecnia e agronegócio, administração e extensão rural. À exceção da introdução e das disciplinas que envolvem gestão e administração, todas têm pelo menos metade da carga horária prática, com atividades diretamente na lavoura ou com os animais. No Centro Estadual de Educação Profissional Manoel Moreira Pena, conhecido como Colégio Agrícola de Foz do Iguaçu, no Oeste, os estudantes cultivam uma horta de meio hectare com alface, rúcula, espinafre, brócolis, cenoura, beterraba, além de ervas aromáticas. Até 90% do que se cultiva no colégio é destinado à merenda dos próprios estudantes. Além de cuidar da horta, os 285 estudantes do curso técnico agrícola também fazem o manejo dos animais bovinos, suínos, caprinos e aviários. A ordenha das vacas gera cerca de 100 litros de leite por dia, utilizados, por exemplo, para a produção do queijo, vendido na cooperativa da escola. A estudante Karen Casagrande, de 17 anos, diz preferir o trato com animais, principalmente os bovinos. Ela pretende cursar Medicina Veterinária quando terminar o ensino médio técnico, mas não descarta um futuro na agricultura. // SONORA KAREN CASAGRANDE //

Rinaldo Nishimura, coordenador do curso técnico na escola, conta que os estudantes têm disciplinas como agricultura, horticultura e agroecologia, além da agroindústria, em que aprendem a manipulação de produtos de origem vegetal e animal. // SONORA RINALDO NISHIMURA //

As escolas produzem vegetais e hortaliças totalmente livres de agrotóxicos, algumas possuem certificação de orgânicos. (Repórter: Nathália Gonçalves)