Estado encontra materiais genéticos de Leandro Bossi, desaparecido em 1992

10/06/2022
A Polícia Civil e a Polícia Científica do Paraná identificaram fragmentos genéticos de Leandro Bossi, desaparecido em Guaratuba, no Litoral, em 1992, com sete anos de idade. O resultado foi apresentado nesta sexta-feira em coletiva de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública. A identificação aconteceu após a coleta de amostras de fragmentos que estavam armazenados na Polícia Científica, seguida do confronto com o DNA de familiares do menino. Em outro trabalho parecido, o Estado identificou, em 2019, o autor do crime contra Rachel Genofre. Isso é fruto do trabalho do banco genético do Estado, que integra a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Pessoas Vivas Sem Identificação, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O andamento dos procedimentos contou com o apoio do Ministério e a perícia da Polícia Federal. O secretário de Segurança Pública, Wagner Mesquita, explicou como aconteceu o passo a passo da resolução deste caso. // SONORA WAGNER MESQUITA //
 
Leandro Bossi desapareceu durante um show, em Guaratuba, em 15 de fevereiro de 1992. Naquele mesmo ano, em seis de abril, Evandro Caetano, de seis anos, também desapareceu na cidade. O Sicride, Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas, da Polícia Civil, foi quem fez as coletas de materiais genéticos dos familiares de Leandro. O perito responsável pelo caso, Marcelo Malaghini, coordenador do Laboratório de Genética Molecular Forense da Polícia Científica, destacou o trabalho do Banco Genético. // SONORA MARCELO MALAGHINI //
 
No Brasil, mais de seis mil familiares forneceram material genético para a Campanha. Ainda há cinco mil restos mortais não identificados. Através da ação, a Polícia Científica do Paraná pôde dar início ao projeto embrionário em nível estadual, chamado de “DNA fim da dúvida”. A campanha é dividida em duas etapas. A primeira é o confronto dos fragmentos de pessoas falecidas não identificadas com o dos familiares incluídos no banco. A segunda é feita em pessoas vivas, internadas em abrigos ou hospitais, que também não foram identificadas, possibilitando o reencontro com a família. Através dessa ação, outros dois casos foram solucionados no Paraná neste ano. Uma família que coletou o DNA em São Paulo descobriu o paradeiro de um homem de 23 anos desaparecido desde 2014. Outro caso envolve um idoso que desapareceu no Sudoeste do Estado, em 2011. Os familiares também chegaram a fazer um exame de DNA anteriormente, mas sem identificação. Com a campanha nacional, uma nova coleta foi feita e os restos mortais eram compatíveis com o material genético do filho do idoso. A chefe do Sicride, delegada Patrícia Nobre, explicou que os trabalhos de investigação caminham juntamente com o avanço tecnológico das forças de segurança, sem esquecer os casos antigos. // SONORA PATRÍCIA NOBRE //
 
O diretor da Polícia Científica do Paraná, Luiz Rodrigo Grochocki, destaca que, para a instituição, a tecnologia permite rapidez na entrega de uma resposta à sociedade. // SONORA LUIZ RODRIGO GROCHOCKI //
 
A Polícia Civil do Paraná foi pioneira na implementação do Sicride, a primeira delegacia especializada em desaparecimento de crianças do País, após os casos no início dos anos 1990. Com a identificação de Leandro Bossi, ainda restam 26 crianças desaparecidas no Estado. Nos últimos quatro anos, aproximadamente 900 casos desse gênero foram registrados no Paraná, sendo que todos foram solucionados. (Repórter: Gustavo Vaz)