Governo do Paraná planeja metodologia para a redução de desastres
16/03/2020
A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil do Paraná tem no planejamento estratégico para os próximos anos o desenvolvimento de uma metodologia nova de redução de riscos. O órgão já possui um plano de contingência que envolve modelos de resposta a desastres, mas quer ampliar as ações preventivas com os municípios em torno de concepções ainda mais modernas contra desastres naturais. O projeto se alinha com as ações da ONU e do Brics, o bloco econômico integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e quer servir como indutor de políticas públicas mais duradouras no Estado. Ele também tem um aspecto de memória, ou seja, lembrar as tragédias recentes e os problemas decorrentes delas, e enfrentá-los. O tenente da Defesa Civil do Paraná, Marcos Vidal, afirma que é uma metologia nova para atender a população.// SONORA MARCOS VIDAL//Como parte desse planejamento, a geóloga Fabiane Acordes, da Defesa Civil do Paraná representou, neste ano, o Estado no curso Redução de Riscos em Desastres, promovido pela Agência Internacional de Cooperação do Japão, na cidade de Kobe. A ideia é replicar a expertise dos japoneses em prevenção em nível local. O curso foi direcionado a países em desenvolvimento, e foi projetado para organizações, departamentos e agentes envolvidos em prevenção, mitigação e atuação em desastres. A geóloga Fabiane Acordes também participou da equipe paranaense que ajudou bombeiros de Minas Gerais depois do rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho, no ano passado. De acordo com ela, os japoneses têm protocolos de ação para cada situação. Primeiro analisam o desastre, escutam as necessidades, e a partir disso fazem um planejamento com prazo de conclusão.// SONORA FABIANE ACORDES//Os japoneses apresentaram aspectos gerais de grandes eventos e de respostas. Em 1923, mais de 100 mil pessoas morreram em um terremoto, quase 90% por conta do fogo que se alastrou por casas de madeira e como resposta, as estruturas foram substituídas por materiais de alvenaria. Em 1995, outro terremoto matou 9 mil pessoas, mas mais de 80% das mortes foram por conta de estruturas danificadas, o que gerou transformações na política de engenharia. A geóloga Fabiane Acordes explica que o curso serviu, principalmente, para identificar o que é preciso fazer para que as ações sejam mais eficazes.// SONORA FABIANE ACORDES//A Agência Internacional de Cooperação do Japão tem sede em Tóquio, 15 escritórios domésticos e 103 escritórios internacionais. No Brasil, os escritórios são em São Paulo e em Brasília. As principais missões da agência envolvem justamente questões urbanas e prevenção de desastres. Para a Defesa Civil do Paraná, o plano de redução de riscos é parte de um processo de evolução. Ele pode ajudar a preparar melhor o atendimento em eventos como as chuvas de 2011, que atingiram as cidades do Litoral e afetaram milhares de famílias. (Repórter: Priscila Paganotto)