Grupo que reúne professores da UEPG descobre registro rupestre inédito de araucárias no Paraná
08/02/2023
O Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas, que conta com professores da UEPG, Universidade Estadual de Ponta Grossa, descobriu registros de pinturas rupestres de araucária na região de Piraí do Sul. É a primeira vez que pesquisadores encontram a representação da árvore, símbolo do Paraná, registrada como pintura rupestre. Encontrado em setembro de 2021, o resultado do estudo foi publicado na última sexta-feira com o artigo "Primeiro registro de arte rupestre com representações de Araucaria angustifolia, Sul do Brasil". A descoberta arqueológica é um painel de araucárias, elaborado em superfície de arenitos de 0,36 m². Ao todo, foram identificadas representações de 13 araucárias e 20 antropomorfos, que são representações humanas. Pelo alto grau de detalhes das pinturas, o Grupo identificou que o painel pode ter sido elaborado pelos povos originários Macro-Jê, antepassados de comunidades indígenas presentes atualmente no sul do Brasil, como os Kaingang e Xoclengues. Segundo o artigo, o conjunto de araucárias possui uma continuidade na técnica de representação, o que reforça a hipótese de que o painel representa uma floresta ou capão de mata com araucárias. A professora Nair Fernanda Mochiutti fez parte do grupo que descobriu as pinturas. Ela contou que foi emocionante a descoberta. //SONORA NAIR FERNANDA MOCHIUTTI//
Apesar da deterioração pela passagem natural do tempo, pesquisadores afirmam que as representações das árvores são altamente detalhadas e fiéis aos aspectos típicos da espécie, o que é inédito entre outros achados rupestres da região. Muito antes do Movimento Paranista, que iniciou em 1920, pela proposta estética de valorizar a identidade paranaense com elementos do Estado, especialmente a araucária, o povo Macro-Jê já registrava e pintava as araucárias no cotidiano, conforme explicou o professor Henrique Simão Pontes, do Departamento e Geociência e membro do grupo. //SONORA HENRIQUE SIMÃO PONTES//
A própria natureza protegeu as pinturas ao longo dos anos. O local em que abriga o painel está localizado a 1.130 metros de altitude, próximo a um afluente do rio Piraí-Mirim. A vegetação ao redor do abrigo é composta por pastagens e matas secundárias, em diferentes estágios de regeneração, cobrindo parcialmente encostas e vales ao longo do curso d’água. A professora Laís Luana Massuqueto, destacou que as pinturas pertencem a todo povo brasileiro, à história e à cultura. //SONORA LAÍS LUANA MASSUQUETO//
Os painéis rupestres, possivelmente deixados pelos povos Jê, são complexos, segundo o artigo, pois contam com representações de figuras humanas, plantas cultivadas e símbolos que podem representar elementos de grupos e modos de apropriação da paisagem ou delimitação do território. Eles podem ajudar novas pesquisas sobre o comportamento dos povos originários. Apesar de ser um estudo inicial, os pesquisadores acreditam que a descoberta é importante e representativa às comunidades pré-históricas que habitavam o Paraná. (Repórter: Flávio Rehme)
Apesar da deterioração pela passagem natural do tempo, pesquisadores afirmam que as representações das árvores são altamente detalhadas e fiéis aos aspectos típicos da espécie, o que é inédito entre outros achados rupestres da região. Muito antes do Movimento Paranista, que iniciou em 1920, pela proposta estética de valorizar a identidade paranaense com elementos do Estado, especialmente a araucária, o povo Macro-Jê já registrava e pintava as araucárias no cotidiano, conforme explicou o professor Henrique Simão Pontes, do Departamento e Geociência e membro do grupo. //SONORA HENRIQUE SIMÃO PONTES//
A própria natureza protegeu as pinturas ao longo dos anos. O local em que abriga o painel está localizado a 1.130 metros de altitude, próximo a um afluente do rio Piraí-Mirim. A vegetação ao redor do abrigo é composta por pastagens e matas secundárias, em diferentes estágios de regeneração, cobrindo parcialmente encostas e vales ao longo do curso d’água. A professora Laís Luana Massuqueto, destacou que as pinturas pertencem a todo povo brasileiro, à história e à cultura. //SONORA LAÍS LUANA MASSUQUETO//
Os painéis rupestres, possivelmente deixados pelos povos Jê, são complexos, segundo o artigo, pois contam com representações de figuras humanas, plantas cultivadas e símbolos que podem representar elementos de grupos e modos de apropriação da paisagem ou delimitação do território. Eles podem ajudar novas pesquisas sobre o comportamento dos povos originários. Apesar de ser um estudo inicial, os pesquisadores acreditam que a descoberta é importante e representativa às comunidades pré-históricas que habitavam o Paraná. (Repórter: Flávio Rehme)