Há 50 anos, Curitiba ficava toda branca: Simepar explica o fenômeno da neve de 1975

16/07/2025
Em 16 de julho de 1975 chovia em partes do Rio Grande do Sul ao Paraná, enquanto uma massa de ar extremamente frio e seco atingia o setor central da Argentina. Durante a madrugada essa massa de ar frio entrou no extremo-sul do País. No dia 17, Curitiba amanheceu com chuvisco. Neve e chuva congelada foram observadas a partir das oito horas da manhã. Com a visibilidade reduzida e temperaturas próximas a 0°C, entre uma e três horas da tarde a neve se tornou mais intensa, criando o fenômeno meteorológico mais marcante da memória recente dos curitibanos. Na Capital, a população comemorava a alegria de um momento marcante, montando bonecos de neve e registrando os momentos em fotografias. No dia seguinte, ocorreu um dos episódios mais tristes do agronegócio paranaense. A mesma massa de ar polar que colaborou para formação da neve, com rajadas de vento intensas e ar muito frio, congelou a seiva das plantas no Norte do Paraná e a geada negra dizimou cafezais inteiros. De acordo com Samuel Braun, meteorologista do Simepar, a formação da neve requer a combinação de fatores atmosféricos fundamentais, quase como uma fórmula precisa. // SONORA SAMUEL BRAUN //

Assim que os flocos de neve se formam, crescem e ficam pesados ao ponto de não ficarem suspensos no ar, eles precipitam em direção à superfície. Se a temperatura se mantiver abaixo de zero grau ou muito próximo a isso, a chance do floco cair integralmente é maior. A umidade, além das frentes frias, pode ser transportada por ciclones extratropicais. Em 17 de julho de 1975 ocorreu uma entrada de ar frio potente pelo Centro-Sul da América do Sul, com um forte sistema de alta pressão, associado com massas de ar frio de grande intensidade. Samuel Braun explica que tudo começou em 12 de julho, quando uma frente fria avançou pelo extremo sul do continente. // SONORA SAMUEL BRAUN //

Um dia antes da neve em Curitiba, o ar frio e seco já dominava boa parte do centro e centro-sul da Argentina, enquanto o Rio Grande do Sul ainda tinha muitas nuvens e temperaturas abaixo de 15 °C. O Paraná ainda estava sob influência de muita cobertura de nuvens e de chuva, com o ar frio avançando gradualmente, com queda mais significativa na área da Capital a partir do final da noite. Os ventos em níveis altos eram mais intensos na altura da Região de Curitiba, e a umidade era significativa, principalmente nas primeiras horas do dia. A Capital registrava temperaturas próximas a 0°C com chuva leve, o que permitiu a precipitação invernal. (Repórter: Gustavo Vaz)