Há 50 anos, geada negra marcava fim de um ciclo e diversificação da economia do Paraná

18/07/2025
Há 50 anos, em 18 de julho de 1975, uma das maiores geadas já registradas no Estado devastou os cafezais e mudou o perfil agropecuário do Paraná. A partir dali houve o fortalecimento do cultivo da soja e de outros grãos, o crescimento da horticultura como ativo comercial e a modernização das cadeias de proteínas animais. Na manhã do dia 18, pelo menos 60% dos cafezais que cobriam um milhão e 800 mil hectares foram destruídos. Era o fim de um ciclo econômico do Estado. O Paraná tinha conquistado no início da década de 1960 a liderança de produção de café, ultrapassando São Paulo, com cerca de 21 milhões e 300 mil sacas, representando 64% do volume nacional. Em 75 foram retirados 10 milhões e 200 mil, o que correspondia a quase metade do país. O Estado ainda chegou a representar mais de 20% da safra nacional no final da década de 1980, porém nunca mais liderou, chegando a menos de 3% de participação na década de 2010. A estimativa do Deral para a atual safra é de 718 mil sacas, produzidas em 25.400 hectares, o que representa 1% do Brasil. Em relação ao Valor Bruto de Produção paranaense, a cultura teve renda de um bilhão e 130 milhões de reais em 2024, equivalente a 0,6% de toda renda gerada no território estadual. O Norte Pioneiro é hoje a maior região produtora do Estado, tendo uma Indicação Geográfica de origem para o café ali produzido. Apenas o município de Carlópolis concentra um quarto da produção estadual, de acordo com o VBP de 2024. Outra Indicação foi conquistada pelo Café de Mandaguari, no Noroeste. De acordo com o agrônomo Carlos Hugo Godinho, analista da cultura no Deral, a safra deste ano foi marcada por florações uniformes, que facilitam o andamento da colheita. // SONORA CARLOS HUGO GODINHO //

Quanto às exportações, no ano passado, elas totalizaram 433 milhões de dólares no Paraná. Neste primeiro semestre os valores chegaram a 241 milhões, valor superior a da primeira metade de 2024, mesmo com menor volume embarcado. Godinho ponderou que os preços ajudaram nessa alta. // SONORA CARLOS HUGO GODINHO //

De acordo com informações da Câmara Setorial do Café do Paraná, a obtenção de cafés especiais no Estado representa no mínimo 10% do volume, podendo se aproximar de 30% a depender das condições da safra.  (Repórter: Gustavo Vaz)