IDR-Paraná estuda quais espécies de árvores protegem melhor os cafezais de geadas
13/03/2023
A técnica de usar o sombreamento para reduzir danos por geadas em lavouras de café é conhecida há muito tempo. Mas o IDR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, vai adiante e quer saber quais espécies de árvores dão melhores resultados nesta prática. Para responder essa questão, desenvolve há mais de 10 anos, em Londrina, no Norte do Estado, um estudo envolvendo sete espécies. É um dos maiores experimentos do tipo realizados no país. Candiúba e pau-jangada apresentaram o melhor desempenho. O estudo avalia, também, as árvores moringa, capixingui, gliricídia, manduirana e bracatinga. A extensão dos danos ocasionados por geadas são determinados pelo volume de massa de ar polar que penetram na região produtiva, sua duração e, ainda, por características do próprio cafeeiro, como idade, nutrição, vigor e sanidade. A proposta de arborizar lavouras de café tem o objetivo de interferir no microclima para favorecer a lavoura com redução da amplitude térmica, aumento das temperaturas mínimas e redução das máximas. Para isso, é preciso avaliar os impactos do tamanho, arquitetura e densidade da copa das árvores e, também, aspectos relacionados ao manejo do sistema, como distribuição de árvores, espaçamento e até eventual necessidade de podas. O ensaio foi instalado em 2012 e utiliza a cultivar de café IPR 98, desenvolvida por pesquisadores da área de melhoramento genético do próprio IDR-Paraná. As árvores foram escolhidas por sua adaptabilidade às condições de solo e clima da região, pelo crescimento rápido e, ainda, o potencial para produzir lenha, já com o objetivo de oferecer ao produtor um segundo produto de valor comercial na mesma área. (Repórter: Nathália Gonçalves)