Inspirado pelo Santa Maria, IAT estuda ampliar corredores ecológicos do Paraná

22/08/2023
Uma imensidão verde de 906 hectares no Oeste do Paraná que abriga árvores nativas, água limpa e diferentes espécies animais como a onça-parda, o quati e o macaco-prego. Esse é o Corredor Ecológico Santa Maria, que nasce na fazenda de mesmo nome, nas imediações de Santa Terezinha de Itaipu, e parte rumo à Argentina, seguindo o fluxo das bacias do Rio Paraná e Rio Iguaçu, com conexão entre o reservatório da Usina Itaipu Binacional e o Parque Nacional do Iguaçu, PNI. A faixa paranaense de preservação do meio ambiente completou duas décadas há pouco e virou referência em restauração ambiental para o País e um exemplo que será replicado em outros cantos do Estado. É apenas um dos três corredores ecológicos homologados pelo Ministério do Meio Ambiente, ao lado do Capivara-Confusões, no Piauí, e o Caatinga, que corta os estados de Pernambuco, Bahia, Sergipe, Piauí e Alagoas. Case de sucesso para o reestabelecimento da fauna e flora regionais que fez com o que o Instituto Água e Terra, IAT, por meio do Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação, NGI, desse início aos estudos para a criação de novos corredores verdes que vão interligar as Unidades de Conservação, Ucs, estaduais. Norci Nodari, chefe de três UCs administradas pelo IAT na região e com o conhecimento de causa de quem há mais de 40 anos trabalha com a recuperação do meio ambiente, explica sobre o corredor. // SONORA NORCI NODARI //

O Santa Maria está inserido parcialmente na Fazenda de mesmo nome, propriedade particular que foi declarada como uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, RPPN, na década de 1990. Foi reconhecido pelo Ibama em 2001. O chefe do escritório regional do IAT em Foz do Iguaçu, Carlos Píttom, ressalta a história do corredor. // SONORA CARLOS PITTOM //

É fruto de um arranjo entre diferentes instituições, com apoio fundamental da comunidade local, especialmente os proprietários de terra que cederam partes de suas propriedades para a formação do corredor, que hoje soma 906 hectares. O esforço para recuperar e conservar a área envolveu o plantio de 128 mil mudas por parte do IAT. De acordo com a Itaipu, também protagonista nesse processo de criação e consolidação do Santa Maria, pesquisas desenvolvidas no corredor atestam os bons resultados da iniciativa, com a identificação de 135 espécies de aves; mais de 140 espécies de árvores da Mata Atlântica; além da identificação de novas espécies como a rã-bugio e o rato-do-brejo. (Repórter: Victor Luís)