Integração porto-ferrovia é tema de debate em evento que reuniu Estado, Governo Federal e indústria

15/09/2021
Com os avanços do projeto de expansão da malha ferroviária para o transporte de cargas pelo Estado do Paraná, o setor produtivo está de olho em outra ponta da cadeia logística: o porto. O potencial de movimentação dos portos paranaenses, nos mais diversos segmentos, foi tema de um encontro, nesta quarta-feira, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Fiep, em Curitiba, e que reuniu o Governo do Estado, a iniciativa privada e o Governo Federal.

O secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, destacou a atuação do Paraná para melhoria da infraestrutura intermodal.// SONORA SANDRO ALEX.//

Segundo o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, os portos também têm se preparado para todo esse avanço na infraestrutura do Estado.// SONORA LUIZ FERNANDO GARCIA.//

O coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes, ressaltou que a integração dos modais é fundamental para a logística.// SONORA LUIZ HENRIQUE FAGUNDES.//

Os atuais investimentos no desenvolvimento dos portos do Paraná acontecem em três frentes simultaneamente: infraestrutura terrestre, marítima e de armazenagem. O objetivo é não apenas ampliar a capacidade, mas também reduzir os custos ao setor produtivo, o que faz aumentar a competitividade do Estado.

Nessa linha, além do projeto do Moegão, que vai ampliar a capacidade de descarga ferroviária em uma moega exclusiva para atender o modal, ainda se destacam o projeto do Novo Corredor de Exportação; o projeto para a concessão do canal de acesso marítimo; a dragagem continuada de manutenção; e a remoção de rochas da porção mais rasa do Porto.

Durante o evento, também foi apresentado o projeto da Nova Ferroeste, a nova estrada de ferro, com mil 304 quilômetros, que vai ligar Maracaju, no Mato Grosso do Sul a Paranaguá, no Litoral do Paraná. Os estudos apontam que vão ser movimentadas cerca de 26 milhões de toneladas de carga já no primeiro ano de operação, principalmente grãos e contêineres refrigerados com proteína animal.

A ferrovia vai criar um grande corredor logístico, captando carga do Paraguai via Foz do Iguaçu, e ser mais uma opção para o Centro-Oeste a partir de Maracaju.

A ausência de estradas de ferro no Paraguai foi lembrada pelo diretor do Departamento de Transporte Ferroviário, Ismael Trinks, que participou do evento. O ramal ligando Cascavel a Foz do Iguaçu compensa uma carência logística do país vizinho e gera novas oportunidades.

Ismael lembrou ainda da transformação proporcionada pela publicação da Medida Provisória 1065, no final de agosto, que inclui a autorização ferroviária como opção de execução de novos projetos para o modal ferroviário.// SONORA ISMAEL TRINKS.//

Hoje a Ferroeste opera um trecho de 248 quilômetros entre Cascavel e Guarapuava, onde se liga à Malha Sul, operada pela Rumo Logística, para chegar ao Litoral. Atualmente o tempo de viagem de um contêiner entre Cascavel e Paranaguá é de cinco dias; a partir da execução da Nova Ferroeste, esse trajeto será feito em 20 horas.

O projeto prevê a ampliação nas duas pontas. De Cascavel a ferrovia segue até Maracaju, além de um ramal a Foz do Iguaçu. A partir de Guarapuava, a Ferroeste vai seguir um novo traçado para cruzar a Serra da Esperança, contornar a Capital e descer a Serra do Mar próximo à BR-277 até alcançar o Litoral. Hoje cerca de 20% de toda mercadoria que chega aos dois portos é transportada por trem. A intenção é aumentar essa fatia para até 60% com a chegada da Ferroeste a Paranaguá.

Para Edson Vasconcelos, vice-presidente e coordenador do Conselho Temático da Infraestrutura da Fiep, esse debate com o setor produtivo é fundamental para se entender como estão os portos hoje, para receber a produção atual e a projetada.// SONORA EDSON VASCONCELOS.//

A Nova Ferroeste vai beneficiar 9 milhões de pessoas em 427 cidades no Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraguai. (Repórter: Felippe Salles)