Novembro Azul: procura tardia por tratamento tem reflexos graves na saúde dos homens

05/11/2025
No Paraná, os homens continuam morrendo mais que as mulheres em quase todas as idades até os 80 anos. Dados do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde mostram que, em 2025, foram registrados 15 mil e 600 óbitos, e 66% das vítimas eram homens, principalmente entre 20 e 59 anos. Entre as principais causas estão doenças do aparelho circulatório, digestivo, infecções, além das chamadas causas externas — como violência, acidentes, quedas e afogamentos. Apenas no caso das neoplasias, há predominância feminina. Segundo a Secretaria da Saúde, muitos homens demoram a procurar atendimento médico, o que agrava os diagnósticos e reduz as chances de tratamento. O secretário da Saúde, Beto Preto, reforça a importância da prevenção. // SONORA BETO PRETO //

O Ministério da Saúde reforça que homens têm até 50% mais risco de morrer por doenças crônicas como câncer, diabetes e problemas cardíacos. Esses dados refletem não só fatores biológicos, mas também hábitos e questões culturais que fazem os homens evitarem o cuidado com a própria saúde — um dos temas centrais do Novembro Azul. O Governo do Estado mantém ações contínuas de prevenção. Entre elas, cursos de capacitação para profissionais da Atenção Primária, incentivo à alimentação saudável, prática de atividades físicas e abandono do cigarro e do álcool. Os exames preventivos e testes rápidos para infecções sexualmente transmissíveis estão disponíveis gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento, com resultado em até 30 minutos. Mesmo assim, os números mostram que a procura ainda é baixa. Entre janeiro e setembro deste ano, apenas 28% dos atendimentos na faixa de 20 a 59 anos foram de homens. Eles também lideram as internações por doenças que poderiam ser evitadas com acompanhamento médico. No Paraná, 72% das internações por doenças imunopreveníveis foram de homens, além de 53% por pneumonia, 55% por angina e 60% por infecções de pele. O câncer de boca é outro alerta: ele é 3,6 vezes mais comum entre homens. São cerca de 920 casos por ano, sendo 720 em pacientes do sexo masculino. Entre janeiro e setembro, a Atenção Primária registrou cerca de 1 milhão de atendimentos de homens por hipertensão. Foram ainda 560 mil por diabetes, 440 mil relacionados à saúde mental, 109 mil ligados ao tabagismo e 47 mil por alcoolismo. (Repórter: Gabriel Ramos)