Oficina de grafitti reduz evasão e fortalece cultura indígena em escola no Oeste do Paraná
15/02/2023
Desenvolver habilidades, estimular a criatividade e promover a fusão da cultura urbana e indígena por meio da livre expressão. Para isso, bastam latinhas de spray colorido e um espaço para criar. Assim funciona a oficina de grafitti Acordar, projeto do Colégio Estadual Indígena Kuaa M'boe, do município de Diamante do Oeste. Além de promover atividades artísticas, a oficina tem contribuído para a melhora da saúde mental dos alunos e também para a redução do abandono escolar na instituição. Composto por maioria de alunos de origem indígena e moradores da aldeia Tekoha Añetete, situada a 12 quilômetros do centro de Diamante do Oeste, o Colégio Estadual possui 12 turmas e 113 alunos matriculados. Desde que a oficina começou, o índice de evasão escolar no colégio diminuiu significativamente, resultando na frequência de 95% nos últimos quatro meses do ano passado. O projeto-piloto teve início em setembro de 2022, oferecendo aos alunos aulas gratuitas de grafitti como atividade complementar às realizadas em sala de aula. As aulas são abertas a alunos de 10 a 17 anos matriculados na instituição. As oficinas consistem em aulas de desenho e pintura em papel sulfite, passando em seguida a serem aplicadas nas próprias paredes da escola. Composta por temáticas como Artes Visuais, Música, Teatro e Dança, a matriz curricular da disciplina de artes da rede estadual de ensino é aplicada nas turmas do 6° ao 9° ano e englobam também o ensino médio. A cada ano, múltiplos conteúdos ligados aos conhecimentos teóricos e técnicos são ministrados, oferecendo uma abordagem sistêmica da presença, história e papéis artísticos no contexto educacional e social. O objetivo do ensino da Arte na educação do Paraná é propiciar o desenvolvimento das capacidades criativa, reflexiva e crítica, do aprendizado estético, social e emocional. Os estudantes são expostos às técnicas das diferentes linguagens artísticas, conhecimento da história da arte e também os diferentes momentos políticos e sociais em que está inserida. Isso possibilita o exercício da criatividade e descoberta das inúmeras maneiras de representar e expressar sentimentos. (Repórter: Flávio Rehme)