Paraná desenvolve tecnologia inédita para combater violência doméstica e feminicídio

02/07/2025
O Paraná está avançando no projeto-piloto da Monitoração Eletrônica Simultânea, que busca reforçar a proteção de mulheres vítimas de violência. Com uma tecnologia inédita no Brasil, o sistema vai alertar a polícia e a própria vítima em tempo real caso o agressor descumpra medidas protetivas. O objetivo é evitar casos de feminicídio e garantir uma resposta rápida das forças de segurança. O contrato para a prestação do serviço foi assinado em maio, e a empresa responsável tem até setembro para entregar os equipamentos à Secretaria da Segurança Pública. Enquanto isso, o sistema passa por testes e ajustes para garantir o funcionamento adequado em diferentes situações e ambientes. O coronel Saulo de Tarso Sanson Silva, diretor de Políticas Públicas da Secretaria de Segurança Pública, destaca que a tecnologia vai reforçar a proteção das mulheres. // SONORA SAULO SANSON //

O sistema funciona como dois radares que se comunicam o tempo todo. A mulher carrega um celular especial, chamado Unidade Portátil de Rastreamento. Já o agressor usa uma tornozeleira eletrônica moderna. Os dois dispositivos trocam informações de localização 24 horas por dia, criando uma rede de proteção em tempo real. Mesmo com o uso comum de tornozeleiras nesses casos, o Paraná é o primeiro estado do Brasil a cruzar a localização do agressor com a da vítima, emitindo alertas imediatos de risco. O investimento do Governo do Estado no sistema é de 4 milhões e 800 mil reais. O sistema cria uma zona de proteção em torno da vítima com dois níveis: um de advertência, com 500 metros, e outro de exclusão, com 200 metros. Se o agressor ultrapassa o limite, a tornozeleira vibra e acende uma luz roxa, e a vítima recebe alertas por SMS, WhatsApp e ligação. Se ele avança ainda mais, a vítima vê no celular a localização exata do agressor e pode gravar vídeos do ambiente. A polícia também é acionada imediatamente e uma viatura vai até o local. O sistema funciona mesmo com pouco sinal de internet, usando Bluetooth num raio de até 100 metros. Rompimentos ou falhas na tornozeleira também geram alertas automáticos. O projeto começa em Curitiba e depois segue para Foz do Iguaçu. A ampliação para todo o Estado deve acontecer após um ano, com apoio de um sistema de inteligência artificial que ajudará a aperfeiçoar o programa. O uso dos equipamentos depende do consentimento da vítima e será autorizado pelo Judiciário. (Repórter: Gabriel Ramos)