Paraná ‘dribla’ Covid-19 por status de área livre de febre aftosa
21/05/2020
Mesmo diante da grave crise sanitária causada pela pandemia de coronavírus, o Paraná mantém a programação em dia para conquistar o status de Estado Livre de Febre Aftosa, Sem Vacinação. O título permitirá ao setor agropecuário paranaense ampliar mercados e é considerada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior como essencial para impulsionar a retomada econômica pós-Covid-19. A expectativa é que a Organização Mundial de Saúde Animal ateste a nova condição paranaense em maio do ano que vem. De acordo com o governador, o reconhecimento vai representar um reforço importante para a economia do Estado. // SONORA RATINHO JUNIOR //
De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, Adapar, mais de 50.700 cargas foram fiscalizadas nos 33 postos de trânsito agropecuário nas divisas com os estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo até a primeira quinzena deste mês, mesmo com a circulação do coronavírus. Cerca de 20% dos carregamentos eram de animais. A medida atende Instrução Normativa, assinada no final do ano passado, que determinou a proibição da entrada de animais vacinados contra a febre aftosa no Estado do Paraná. Como parte do protocolo, o Paraná já foi dispensado da vacinação, que normalmente ocorria em novembro. Também por determinação do Ministério da Agricultura foi proibida a manutenção e uso de vacina em território paranaense. O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, explicou que o número de fiscalizações se manteve estável mesmo nos meses de maior incidência do coronavírus no Paraná, como março e abril, tudo para que seja encaminhado o reconhecimento do Estado como área livre de febre aftosa. Ele destaca que a conquista vai impulsionar a produção paranaense. // SONORA NORBERTO ORTIGARA //
O coronavírus não mexeu no cronograma de fiscalização, mas fez com que a estrutura de defesa sanitária no Paraná tivesse de se organizar para combater a circulação da doença. Gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias disse que todos os profissionais estão em campo trabalhando na conclusão do inquérito soro-epidemiológico do rebanho bovino do Estado e estão devidamente protegidos por equipamentos validados pela Organização Mundial da Saúde, OMS, além de seguir as regras de distanciamento social. O mesmo vale para os produtores. // SONORA RAFAEL DIAS //
A Adapar começou o monitoramento na segunda-feira. Serão coletadas amostras do sangue de quase 10 mil animais em 330 propriedades rurais espalhadas pelo Paraná. Além disso, 13 dos 33 postos de trânsito agropecuário estão servindo de apoio à Secretaria de Estado da Saúde no combate à circulação do coronavírus. Nos locais, um grupo de até três profissionais da área faz uma triagem prévia das pessoas que entram no Paraná. O trabalho é orientativo, com explicações sobre como agir para evitar a proliferação da doença. Também são indicados locais especializados para o tratamento da doença caso algum sintoma seja verificado. O paciente fica em isolamento durante o período. (Repórter Rodrigo Arend)