Paraná se destaca no melhoramento genético do feijão e garante maior produtividade
17/04/2023
O Paraná é um dos maiores produtores nacionais de feijão, grão que tem presença obrigatória no prato dos brasileiros. No Estado, a produção é principalmente de agricultores familiares e, por isso, o Governo do Estado tem investido no melhoramento genético para aumentar a rentabilidade e a produtividade das lavouras. O IDR-Paraná, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, mantém um dos principais programas de melhoramento genético do País, e mudou a realidade agrícola do Estado, gerando conhecimentos, produtos e tecnologias. Como resultados, além de ganho na produtividade, propicia a prática de uma agricultura mais sustentável, a redução da utilização de agrotóxicos e, consequentemente, a produção de alimentos mais baratos e seguros para a sociedade paranaense. Desde que foi iniciado, o programa de melhoramento genético já colocou à disposição dos agricultores de todo o Brasil, e de alguns países da América do Sul e Europa, 223 cultivares. Destas, 41 são de feijão, e 11 estão atualmente com sementes disponíveis no mercado e cultivadas em todas as regiões produtoras no país. Na safra 2022, 63% dos campos de multiplicação de sementes de feijão preto e 14% de carioca no Brasil eram cultivares IPR. A especialista em melhoramento genético de feijão e atualmente diretora de Pesquisa do Instituto, Vânia Moda Cirino, ressalta a importância do feijão para o estado. // SONORA VÂNIA MODA //
O desenvolvimento de uma nova cultivar é um trabalho de longo prazo. Desde o planejamento dos cruzamentos, que visam à combinação dos genes para obter as características pretendidas para a planta até o lançamento das sementes para multiplicação, são 10 a 12 anos de estudos. O melhoramento genético agrega diversas características à planta, como ciclos de cultivo mais curtos, tolerância a diferentes condições de clima e de solo, arquitetura de planta que facilita a colheita mecânica e até mesmo a qualidade culinária do grão. Laercio Della Vecchia, produtor rural em Mangueirinha, no Sudoeste do Paraná, plantou por muito tempo variedades de feijão como o rajado, além do esteio e preto puro, mas, depois optou pelo carioca, com o plantio do IPR Sabiá. // SONORA LAERCIO DELLA //
Após o processo de melhoramento genético, os grãos passam a ter alto potencial de rendimento e adaptação ao solo, garantindo mais estabilidade de produção. As plantas crescem com porte ereto, o que as torna mais apropriadas para a colheita mecânica e também desenvolvem resistência maior às principais doenças. Todas essas particularidades impactam positivamente o setor, já que os grãos passam a ter características adequadas ao segmento comercial, com um tamanho maior e boa aparência, mais tolerantes ao escurecimento. Com isso, a população que consome o feijão passa a ter um alimento de melhor qualidade, com cozimento rápido e caldo consistente, de sabor agradável e com elevado porcentual de grãos inteiros após o preparo. Uma das maiores conquistas do programa foi o desenvolvimento de cinco cultivares com resistência ao mosaico dourado, doença das mais prejudiciais a lavouras de feijão no Brasil, um constante desafio à pesquisa nacional. Na categoria de grãos do tipo carioca, a vitória mais recente do IDR-Paraná é a cultivar IPR Águia, que se destaca pela resistência ao escurecimento dos grãos. O grupo de melhoramento genético de feijão do IDR-Paraná também busca avanços na categoria de feijões especiais. O IDR-Paraná vai lançar este ano a cultivar IPR-Cardeal, de grãos vermelhos, desenvolvida para o segmento de exportação, particularmente a indústria de enlatados e conservas. A obtenção de uma linhagem a ser cultivada passa primeiro pela avaliação e seleção dos genitores que carregam as características agronômicas, comerciais e culinárias desejáveis para o cultivo. Isso inclui resistência a determinadas doenças, o potencial de rendimento, adaptação ao clima e até a cor, tempo de cozimento e quantidade de nutrientes no grão. Pelo método de melhoramento convencional usado pelo Iapar, os genes são cruzados e recombinados para obter um único genótipo com as características esperadas para aquela cultivar. O produto resultante desses cruzamentos é avaliado até atingir a estabilidade genética do material. Após esse processo, que leva de três a quatro anos, o material selecionado é testado em diferentes ambientes do Estado, sendo plantado nas estações experimentais do Iapar e em áreas de produtores parceiros para avaliar sua adaptação a diferentes climas e solos. O programa também conta com um protocolo para manejo integrado de pragas, tecnologia para fixação biológica de nitrogênio e métodos para o manejo sustentável das principais doenças. (Repórter: Victor Luís)
O desenvolvimento de uma nova cultivar é um trabalho de longo prazo. Desde o planejamento dos cruzamentos, que visam à combinação dos genes para obter as características pretendidas para a planta até o lançamento das sementes para multiplicação, são 10 a 12 anos de estudos. O melhoramento genético agrega diversas características à planta, como ciclos de cultivo mais curtos, tolerância a diferentes condições de clima e de solo, arquitetura de planta que facilita a colheita mecânica e até mesmo a qualidade culinária do grão. Laercio Della Vecchia, produtor rural em Mangueirinha, no Sudoeste do Paraná, plantou por muito tempo variedades de feijão como o rajado, além do esteio e preto puro, mas, depois optou pelo carioca, com o plantio do IPR Sabiá. // SONORA LAERCIO DELLA //
Após o processo de melhoramento genético, os grãos passam a ter alto potencial de rendimento e adaptação ao solo, garantindo mais estabilidade de produção. As plantas crescem com porte ereto, o que as torna mais apropriadas para a colheita mecânica e também desenvolvem resistência maior às principais doenças. Todas essas particularidades impactam positivamente o setor, já que os grãos passam a ter características adequadas ao segmento comercial, com um tamanho maior e boa aparência, mais tolerantes ao escurecimento. Com isso, a população que consome o feijão passa a ter um alimento de melhor qualidade, com cozimento rápido e caldo consistente, de sabor agradável e com elevado porcentual de grãos inteiros após o preparo. Uma das maiores conquistas do programa foi o desenvolvimento de cinco cultivares com resistência ao mosaico dourado, doença das mais prejudiciais a lavouras de feijão no Brasil, um constante desafio à pesquisa nacional. Na categoria de grãos do tipo carioca, a vitória mais recente do IDR-Paraná é a cultivar IPR Águia, que se destaca pela resistência ao escurecimento dos grãos. O grupo de melhoramento genético de feijão do IDR-Paraná também busca avanços na categoria de feijões especiais. O IDR-Paraná vai lançar este ano a cultivar IPR-Cardeal, de grãos vermelhos, desenvolvida para o segmento de exportação, particularmente a indústria de enlatados e conservas. A obtenção de uma linhagem a ser cultivada passa primeiro pela avaliação e seleção dos genitores que carregam as características agronômicas, comerciais e culinárias desejáveis para o cultivo. Isso inclui resistência a determinadas doenças, o potencial de rendimento, adaptação ao clima e até a cor, tempo de cozimento e quantidade de nutrientes no grão. Pelo método de melhoramento convencional usado pelo Iapar, os genes são cruzados e recombinados para obter um único genótipo com as características esperadas para aquela cultivar. O produto resultante desses cruzamentos é avaliado até atingir a estabilidade genética do material. Após esse processo, que leva de três a quatro anos, o material selecionado é testado em diferentes ambientes do Estado, sendo plantado nas estações experimentais do Iapar e em áreas de produtores parceiros para avaliar sua adaptação a diferentes climas e solos. O programa também conta com um protocolo para manejo integrado de pragas, tecnologia para fixação biológica de nitrogênio e métodos para o manejo sustentável das principais doenças. (Repórter: Victor Luís)