Paraná vira referência em gestão compartilhada de Unidade de Conservação com indígenas
19/04/2023
Há um ano que 35 indígenas das etnias Kaingang, Guarani Ñandeva, Tukano e Terena têm uma aldeia para chamar de sua. O espaço de 4 mil hectares, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, integra a Floresta Estadual Metropolitana, uma das mais de 70 Unidades de Conservação espalhadas pelo Paraná. O complexo ambiental é administrado desde 2022 pelos próprios indígenas, algo inédito no País, com base em um Termo de Cooperação de gestão entre o IAT, Instituto Água e Terra, e o Instituto e Centro de Formação Etno Bio Diverso Ângelo Kretã. A cooperação foi formalizada nesta quarta-feira com a assinatura do governador Carlos Massa Ratinho Junior durante o evento, no Palácio Iguaçu, que celebrou o Dia dos Povos Indígenas, comemorado neste 19 de abril. Apesar da oficialização nesta quarta-feira, o acordo começou a ser implementado em abril do ano passado. O termo busca dividir as responsabilidades de gestão da Unidade de Conservação, no que diz respeito ao uso público do local, dando oportunidade à disseminação da educação ambiental sob a perspectiva dos saberes dos povos originários da terra, e além disso, visa a preservação local. Pelo acordo, o IAT garante todo o suporte técnico, com a manutenção dos equipamentos públicos instalados na Floresta Estadual Metropolitana. Já o Instituto Angelo Kretã se compromete a respeitar o Plano de Manejo da Unidade de Conservação e requisitar autorização do órgão ambiental para qualquer intervenção a ser feita na Unidade de Conservação. O acordo não prevê repasses financeiros. A bióloga e chefe da Divisão de Unidades de Conservação do IAT, Ana Letícia Aniceto, diz que esse modelo de gestão compartilhada é interessante também para o Estado, que hoje não conta com recursos humanos suficientes para chefiar essas unidades. // SONORA ANA LETÍCIA ANICETO //
O líder do grupo indígena, Kretã Kaingang, reforçou que é preciso que as pessoas conheçam melhor a cultura do grupo e entender o pertencimento dos indígenas na terra. // SONORA KRETÃ KAINGANG //
Neste ano trabalhando em coparticipação com o IAT na gestão do parque, a comunidade indígena intensificou as ações no local. Uma delas é garantir o restauro ambiental e ampliar a área com vegetação nativa. De acordo com os indígenas, grande parte do parque é tomada por espécies de flora exótica. Apenas 20% é floresta nativa, com árvores como araucária, uma preocupações é relacionada a incêndios, já que o local tem uma vegetação propícia para grandes queimadas. Por isso o IAT, em parceira com o Corpo dos Bombeiros, capacitou e instrumentalizou os indígenas com técnicas para combate direto do fogo. Isabel Kretã, da etnia Tukano, trocou a antiga aldeia, na fronteira do Brasil com a Colômbia, pela comunidade em Piraquara. // SONORA ISABEL KRETÃ //
O complexo metropolitano passou a contar em março com o Projeto Poliniza Paraná. O IAT instalou no local sete colmeias de abelhas nativas sem ferrão de espécies de ocorrência natural na região e um hotel de abelhas solitárias. Os indígenas, inclusive, já pensam em ampliar a presença dos meliponários, já que a comunidade sempre valorizou e compreendeu a importância das abelhas nas atividades florestais. Esse modelo pode servir como base e referência para outras comunidades indígenas do País. (Repórter: Nathália Gonçalves)
O líder do grupo indígena, Kretã Kaingang, reforçou que é preciso que as pessoas conheçam melhor a cultura do grupo e entender o pertencimento dos indígenas na terra. // SONORA KRETÃ KAINGANG //
Neste ano trabalhando em coparticipação com o IAT na gestão do parque, a comunidade indígena intensificou as ações no local. Uma delas é garantir o restauro ambiental e ampliar a área com vegetação nativa. De acordo com os indígenas, grande parte do parque é tomada por espécies de flora exótica. Apenas 20% é floresta nativa, com árvores como araucária, uma preocupações é relacionada a incêndios, já que o local tem uma vegetação propícia para grandes queimadas. Por isso o IAT, em parceira com o Corpo dos Bombeiros, capacitou e instrumentalizou os indígenas com técnicas para combate direto do fogo. Isabel Kretã, da etnia Tukano, trocou a antiga aldeia, na fronteira do Brasil com a Colômbia, pela comunidade em Piraquara. // SONORA ISABEL KRETÃ //
O complexo metropolitano passou a contar em março com o Projeto Poliniza Paraná. O IAT instalou no local sete colmeias de abelhas nativas sem ferrão de espécies de ocorrência natural na região e um hotel de abelhas solitárias. Os indígenas, inclusive, já pensam em ampliar a presença dos meliponários, já que a comunidade sempre valorizou e compreendeu a importância das abelhas nas atividades florestais. Esse modelo pode servir como base e referência para outras comunidades indígenas do País. (Repórter: Nathália Gonçalves)