Pesquisa da UEPG desenvolve gel à base de tilápia que trata feridas em animais

30/10/2025
Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa desenvolveram um gel cicatrizante que trata feridas em animais. Ele é produzido a partir de um ativo à base da pele da tilápia, por alunos e professores do Departamento de Ciências Farmacêuticas e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Os resultados mostram diminuição na área machucada a partir de uma semana de tratamento. O grupo de estudos acompanha 44 animais tratados, dentre cães e gatos. O coordenador da pesquisa na instituição, Flavio Luís Beltrame, explica que atualmente o gel é utilizado no tratamento de feridas, com resultados positivos. // SONORA FLAVIO LUÍS BELTRAME //

O gel é produzido a partir de um hidrolisado de peptídeos, que são pedaços de proteína do colágeno, obtidos pelo processo de hidrólise. Este material vem do laboratório do professor Eduardo César Meurer, da Universidade Federal do Paraná, Campus de Jandaia do Sul. Na UEPG, ele chega na forma líquida. O grupo da universidade, então, faz a secagem e transforma o material em um pó, para que depois seja usado como ativo farmacêutico em forma de gel. A ideia surgiu há cerca de quatro anos, a partir da pesquisa de um grupo que queria testar o produto extraído na UFPR. Na época, a pesquisa iniciou com o então mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Rodrigo Tozetto, médico veterinário da cidade. A pesquisa propôs avaliar a atividade antimicrobiana cicatrizante do produto. Agora, a equipe também estuda outras frentes, analisando a estabilidade físico-química da formulação do gel, além de ensaios clínicos do produto com finalidade veterinária. A mestranda Ana Carolina Ventura destaca que a testagem também ocorre em alguns animais. // SONORA ANA CAROLINA VENTURA //

No dia 30 de setembro, o grupo recebeu reconhecimento no Prime, Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado, de iniciativa da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Foi a primeira vez que o prêmio veio para a UEPG. O projeto recebeu um certificado de excelência e um cheque simbólico no valor de 200 mil reais. (Repórter: Gustavo Vaz)