Projeto da Nova Ferroeste é apresentado a indígenas de Nova Laranjeiras, no Centro-Sul

26/01/2023
A Escola Indígena Professor Candoca foi o local escolhido pela comunidade da Terra Indígena Rio das Cobras para acompanhar o resultado do estudo que avalia o impacto ambiental e social da implantação da Nova Ferroeste na região. A comunidade fica em Nova Laranjeiras, no Centro-Sul do Paraná, município incluído no traçado da ferrovia que liga Maracaju, no Mato Grosso do Sul a Paranaguá, no Litoral do Estado. Nesta quarta-feira, os líderes das 11 aldeias e o cacique deixaram as atividades para participar do encontro com representantes do Governo do Paraná e profissionais da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas. A reunião foi conduzida por funcionários da Funai de Brasília e de Guarapuava. A equipe do governo estadual e economistas, cientistas sociais, antropólogos e biólogos que conduziram o estudo de impacto na região apresentaram detalhes das obras. A Nova Ferroeste é um projeto do Governo do Paraná que vai propiciar um salto na logística de transporte de mercadorias ao Porto de Paranaguá. A ferrovia vai ligar Maracaju a Paranaguá e vai ter ainda dois ramais a partir de Cascavel para Foz do Iguaçu e Chapecó, em Santa Catarina, num total de 1.567 quilômetros. A Ferroeste SA, construída na década de 1990, que opera atualmente entre os municípios de Cascavel e Guarapuava, já passa próximo da Terra Indígena Rio das Cobras, que teve início como se configura atualmente em 1913 com a doação de áreas pelo Governo do Paraná. Atualmente 3.200 pessoas vivem na área, de 19 mil hectares, que abriga indígenas das etnias Kaingang e Guarani. O estudo avaliou as condições do meio físico, biótico e socioeconômico. Foram estudadas as possibilidades de desenvolvimento de processos erosivos e assoreamento de cursos d’água, contaminação de solos, águas superficiais e subterrâneas, bem como alteração na qualidade do ar. O risco do aumento nos níveis de ruído e vibração também foi levantado. Especialistas realizaram atividades intensas na Terra Indígena nos últimos anos, com visitas técnicas, entrevistas e oficinas para avaliar o impacto da ferrovia. O trabalho é uma das etapas do Estudo de Impacto Ambiental do projeto. No entanto, a interferência em quase todos os aspetos vai ser bem pequena. Ainda assim foram propostos 23 programas de controle e monitoramento em todas essas frentes, inclusive de promoção do desenvolvimento econômico. O licenciamento ambiental da Nova Ferroeste teve início em 2021 com a realização do Estudo de Impacto Ambiental, protocolado junto ao Ibama. Em maio do ano passado representantes do órgão federal realizaram visitas técnicas e comandaram sete audiências públicas para discutir o impacto ambiental. O Governo trabalha agora em melhorias do projeto para dar seguimento ao licenciamento. O projeto da nova ferrovia vai expandir a atual Ferroeste. O investimento estimado é de 35 bilhões e 800 milhões de reais. O leilão para executar o empreendimento vai ser realizado na B3. O vencedor vai executar as obras e operar a malha ferroviária por 99 anos. (Repórter: Flávio Rehme)