Sanepar implanta solução baseada na natureza para tratar lodo de esgoto de Santa Helena

13/02/2023
A modernização e o uso de novas tecnologias na ETE, Estação de Tratamento de Esgoto, em Santa Helena, no Oeste do Paraná, transformou a unidade em modelo a ser replicado em outras cidades. A antiga, que utilizava lagoas para tratar o esgoto, ganhou um sistema de lodos ativados com Reatores Sequenciais em Bateladas. Essa tecnologia de alta eficiência faz o tratamento biológico do esgoto com aeração prolongada, aumentando o volume de lodo gerado no processo, que pode ser utilizado na agricultura. Para fazer o tratamento do lodo, a Sanepar converteu uma das antigas lagoas em canteiros que usam plantas aquáticas, chamados de wetlands, que pode ser traduzido para áreas úmidas, um habitat favorável a plantas aquáticas com capacidade de depuração de matéria orgânica e outros poluentes. Na ETE de Santa Helena, são utilizadas espécies nativas, como taboa, papiro brasileiro e junco, escolhidas para garantir maior biodiversidade. Essas plantas auxiliam no processo de mineralização do lodo, transformando-o em um material com propriedades semelhantes às do solo. São 12 canteiros de mineralização de lodo com quase dois metros de profundidade e quatro mil e 300 metros quadrados de área total. O fundo dos leitos foi impermeabilizado e possui um sistema diferenciado de drenagem, que permite que o líquido percolado seja coletado e retorne ao início do processo de tratamento de esgoto. O sistema foi dimensionado para receber 260 toneladas de lodo por ano, por um período de 10 anos. O novo sistema, em operação há mais de três anos, está servindo de referência para novos projetos. Um exemplo é uma cooperação com a Itaipu Binacional e o Parque Tecnológico Itaipu para a implementação de sistemas sustentáveis de esgotamento sanitário na região Oeste. O gerente de pesquisa e inovação da Sanepar, Gustavo Possetti, destaca o uso de tecnologias inovadoras por parte da empresa.// SONORA GUSTAVO POSSETTI.//

Em Santa Helena, a Estação de Tratamento de Esgoto é uma das mais inovadoras do Paraná. O sistema tem dois tanques de aço vitrificado com tecnologia de reatores e operação alterada. A capacidade média de tratamento é de 30 litros por segundo, com eficiência de remoção de carga orgânica superior a 98%. Todo o processo é automatizado, o que permite que a operação seja remota. A cidade tem, atualmente, índice de 82% de coleta de esgoto e 100% de tratamento nesse material. (Repórter: Felippe Salles)