Tecnologia criada pela Unioeste permite monitoramento do mosquito da dengue com IA

28/10/2025
Uma parceria entre a Unioeste e a Prefeitura de Foz do Iguaçu vai permitir que a cidade seja a primeira do mundo a ter um sistema de monitoramento inteligente do mosquito transmissor da dengue. Intitulada “Desenvolvimento de Tecnologia para Monitoramento do Aedes aegypti Utilizando Inteligência Artificial”, a pesquisa tem como objetivo o desenvolvimento e implementação dessa rede por meio de sensores óticos e algoritmos de inteligência artificial. Hoje, esse mapeamento depende de informações manuais, seja o número de pessoas infectadas ou que detectaram locais de criadouro, além de armadilhas físicas. Os sensores inteligentes, que funcionam através de comandos para a IA, conseguem captar o som dos mosquitos e identificar a qual espécie pertencem. O equipamento já é capaz de distinguir 3.500 delas, sendo 200 transmissoras de doenças. Como cada espécie tem um som diferente, a IA consegue informar quando se trata do Aedes aegypti e se já picou alguém. Esses dados são repassados em tempo real para uma central. A autorização de pesquisa foi assinada pela direção da Unioeste e autoridades municipais na sexta-feira passada e permite que, a partir do ano que vem, Foz consiga fazer esse monitoramento de forma automática. A Unioeste - Campus Foz do Iguaçu executa a pesquisa, sob coordenação do professor doutor André Gustavo Maletzke, do curso de Ciências da Computação, com apoio técnico e logístico do Centro de Zoonoses. Ele explicou que a principal demanda é mapear com exatidão a quantidade desses insetos no município. // SONORA ANDRÉ GUSTAVO MALETZKE //

O equipamento de sensores óticos é de baixo custo, podendo chegar a dez vezes menos do que outras alternativas existentes. A pesquisa começou há dez anos. A tecnologia foi desenvolvida em parceria com diversas instituições, como a USP, a Universidade Estadual da Carolina do Norte, dos Estados Unidos, e a Universidade de Nova Gales do Sul, da Austrália. Porém, Foz do Iguaçu foi escolhida como primeira a usar a tecnologia por ser uma das cidades com maior índice de infestação do mosquito. No Brasil, a Unioeste é a única que aprimora o equipamento. Pelo acordo assinado, a Prefeitura se compromete a disponibilizar suporte técnico-operacional necessário para as atividades. (Repórter: Gustavo Vaz)