Tecnologia garante inclusão de alunos cegos durante a pandemia

14/09/2020
Mesmo sem as aulas presenciais, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte deu continuidade à oferta do atendimento educacional especializado aos estudantes cegos e de baixa visão. Atualmente são 330 estudantes atendidos nas Salas de Recursos Multifuncionais (SRM), sob a supervisão de 203 professores especialistas, que se organizaram e seguem dando orientações e apoio pedagógico durante a pandemia.
O ambiente das SRMs permite que os alunos acompanhem as videoaulas dos anos e séries respectivos com a audiodescrição de fórmulas, figuras e gravuras sempre que necessário, dando as mesmas condições de participação com igualdade e oportunidade dos demais estudantes. Os professores também gravam áudios complementares, possibilitando a acessibilidade aos estudantes cegos e de baixa visão.
O Secretário da Educação, Renato Feder, ressalta a importância das SRMs, que além dos alunos de baixa visão, têm desempenhado papel fundamental para alunos surdos também.
Pela TV, no entanto, uma parte do conteúdo é mais difícil de ser entendida e o papel do docente faz toda a diferença, como no caso da professora de Matemática Nerlei Dallabrida de Castilha, do Colégio Estadual Tancredo de Almeida Neves, uma das escolas cívico-militares do Estado, em Foz do Iguaçu.
Nerlei desenvolveu uma abordagem especial para ensinar cálculo e geometria espacial ao aluno Lucas da Silva Leite, de 15 anos, do 2º ano do Ensino Médio. Acompanhando o desempenho com a mãe Adriana, Nerlei observou que Lucas estava com dificuldade de absorver o conteúdo da disciplina via áudio-livro e escutando o Aula Paraná.
Com o auxílio de uma fita métrica, que foi cortada para Lucas também memorizar tamanhos distintos, ele tateia os objetos e identifica vértices, arestas, bases, suas diferentes formas (circular, triangular, quadrangular) e outros elementos para poder fazer os cálculos.
De duas a três vezes por semana, Lucas tem reuniões virtuais com a professora pelo WhatsApp.
Para desempenhar um bom papel, os professores contam com o suporte do Centros de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAPs), que são cinco: Curitiba, Londrina, Cascavel, Francisco Beltrão e Maringá. O CAP, braço do Departamento da Diversidade e Educação Especial da Secretaria da Educação, tem diferentes núcleos que são responsáveis pelo apoio didático aos professores, produção de materiais e orientação no uso de tecnologia. (Repórter: Flávio Rehme)