Varredura contra proliferação de espécies exóticas já ultrapassou a metade da área de Vila Velha

31/08/2023
O IAT finalizou neste mês a primeira etapa do controle da proliferação de espécies exóticas, especialmente do pinus, no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Essa fase durou um ano e promoveu a varredura de 1.825 hectares da Unidade de Conservação, que tem 3.200. Com o apoio de voluntários e do Corpo de Bombeiros do Paraná, o órgão ambiental, por meio de queimadas controladas e do corte das espécies exóticas, conseguiu limpar mais da metade do parque. Agora, nesse local que já está livre do pinus, o trabalho será apenas de manutenção. Em razão do fim do período mais frio do ano, as queimadas são paralisadas e retomadas apenas no inverno de 2024. Já o corte legal das árvores continua normalmente, seguindo um cronograma pré-estabelecido. A próxima meta dos voluntários, com início imediato e finalização em agosto do ano que vem, prevê a varredura de mais 875 hectares, chegando a quase 85% da extensão total do complexo ambiental e turístico. De acordo com o Programa do Estado do Paraná para Espécies Exóticas Invasoras, desenvolvido pelo IAT, essa invasão biológica é considerada a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo, sendo a primeira em ilhas e Unidades de Conservação. Outro ponto é que Política Nacional da Biodiversidade recomenda a erradicação e o controle de espécies exóticas invasoras que possam afetar o ecossistema. Esse mesmo documento propõe que o Poder Público deve determinar medidas para evitar a degradação ambiental quando existir evidência científica de risco sério e irreversível para a diversidade biológica. A gerente de Biodiversidade do IAT, Patrícia Calderari, explica que as normativas são essenciais para o controle ambiental do Estado. // SONORA PATRÍCIA CALDERARI // 

Segundo o promotor público Fábio Grade, um dos líderes do grupo de 30 voluntários que ajuda na conservação do parque, o corte e a queimada não são atividades separadas, mas que se complementam no apoio à reestruturação da vegetação nativa. // SONORA FÁBIO GRADE //

A queimada controlada na quarta-feira foi a última ação deste ano, já que o procedimento só pode acontecer entre maio e agosto, onde a maioria das espécies que habitam o parque não está em período reprodutivo. A bióloga do escritório regional do IAT de Ponta Grossa, Bruna Kosofski, destaca que estudos são feitos para controlar ainda mais o procedimento e evitar maiores problemas. // SONORA BRUNA KOSOFSKI // 

O pinus é uma espécie de pinheiro da América do Norte, inserido no Brasil há mais de um século para fins ornamentais. Porém, desde 1960, é cultivado em larga escala comercial como matéria-prima em indústrias de madeira, laminados, resina, celulose e papel, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. A dificuldade do controle do pinus se dá pela anatomia das sementes. Elas são leves e possuem um formato que favorece a aerodinâmica para voarem até oito quilômetros de distância da chamada árvore-mãe. Essa dispersão, quando descontrolada, é prejudicial pois os galhos que caem da árvore, parecidos com um capim, sufocam e impedem a proliferação da vegetação nativa. (Repórter: Gustavo Vaz)