Adapar iniciará segunda fase da operação para combater o greening no Vale do Ribeira

Ações iniciam na segunda-feira (24) e segue até sexta (29). Objetivo é reduzir a incidência do greening, principal doença que afeta a citricultura no mundo, através de orientação aos produtores, detecção e erradicação das plantas sintomáticas.
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20/08/2025 - 14:50

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A Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) realizará a partir de segunda-feira (25), até sexta (29), a segunda fase da operação Big Citros nas cidades de Cerro Azul e Doutor Ulysses, no Vale do Ribeira, principal região produtora de tangerinas do Paraná. O objetivo é reduzir a incidência do greening, principal doença que afeta a citricultura no mundo, através de orientação aos produtores, detecção e erradicação das plantas sintomáticas.

A primeira fase da operação no Vale do Ribeira aconteceu entre o final de junho e início de julho deste ano, no início dos focos da doença na região, servindo para identificação e delimitação das propriedades afetadas, com a coleta de amostras e também a notificação dos produtores para erradicação das plantas doentes.

A chefe da Divisão da Sanidade da Citricultura da Adapar, Carolina Garbuio, explica como foi a primeira parte da operação. “Quando o HLB chegou, os produtores ali não tinham conhecimento dos sintomas da doença, do psilídeo [inseto vetor da doença], como que ela é transmitida, então foi um trabalho de divulgação, mostrando para eles o que é o greening”, diz.

Para continuar as ações na região, a segunda fase da Operação Big Citros contará com 30 servidores da Adapar. Uma equipe para avançar a fiscalização em pontos estratégicos de propriedades não verificadas na primeira fase e outra equipe de assistentes de fiscalização para o retorno em propriedades notificadas, com o objetivo de verificar se a erradicação das plantas sintomáticas foi feita.

Outro objetivo é a instalação de armadilhas adesivas amarelas para monitoramento do inseto vetor. Carolina conta que a fase de evolução dos pomares no momento é favorável, porém o clima atrapalha. “Agora as plantas estão brotando, então a chance de a gente encontrar o inseto vetor é um pouco maior, apesar de que o clima dificulta um pouco”, diz.

A região tem aproximadamente 3 mil produtores de citros, mas apenas 700 estão cadastrados no Sistema de Defesa Sanitária Vegetal (SDSV) da Adapar. A chefe da Divisão da Citricultura da agência afirma que a operação servirá também para cadastrar as propriedades que não estão no sistema. A meta é visitar todas da região.

Apesar das operações que estão movendo diversos servidores para o Vale do Ribeira, a fiscalização por parte do escritório regional da Adapar em Curitiba é contínua na região até o final do ano, fazendo a verificação de notificações e denúncias recebidas.

VIVEIROS – A operação vai focar também na produção e comercialização de viveiros a céu aberto, que é ilegal, porém praticada com frequência na região. “O fiscal vai na propriedade, identifica se é um produtor que produz sua própria muda e para terceiros, e já vai notificar para que ele se regularize, porque não pode mais ter as mudas sendo produzidas em ambiente desprotegido, porque ele precisa de uma tela antifídia”, explica.

O Governo do Estado já está elaborando projetos de instalação de viveiros com a ajuda da pesquisa e extensão do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), para que os produtores possam produzir e comercializar suas próprias mudas atendendo às medidas sanitárias necessárias.

HLB – O greening ou HLB (Huanglongbing) afeta seriamente as plantas cítricas, provocando queda prematura dos frutos e redução da produção, podendo levar à morte precoce das plantas. Os frutos afetados geralmente ficam menores, deformados, apresentando formato semelhante ao de pera, com sementes abortadas, menor teor de açúcares e acidez elevada, o que compromete o sabor e reduz o valor comercial, tanto para o consumo in natura quanto para o processamento industrial.

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