Angola e República Dominicana: Piana apresenta programas do Estado e prospecta parcerias

Na reunião com o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação de Angola, um dos destaques foi o programa Casa Fácil Paraná. Já com o embaixador da República Dominicana no Brasil um dos assuntos foi FIDC Agro Paraná, fundo que busca recursos para projetos estruturantes no campo.
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15/08/2025 - 15:10
Editoria

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O vice-governador Darci Piana recebeu nesta sexta-feira (15), no Palácio Iguaçu, autoridades de Angola e da República Dominicana para tratar de parcerias e apresentar projetos estratégicos do Governo do Estado. Pela manhã, ele se reuniu com o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação de Angola, Carlos Alberto dos Santos, e à tarde com o embaixador da República Dominicana no Brasil, Robert Takata.

Na primeira agenda, o representante do país africano dividiu a angústia sobre o déficit imobiliário no seu país. Segundo ele, após quatro décadas de guerra civil, a Angola tem atualmente a necessidade de 2,5 milhões de moradias. “Se nada for feito, esse número dobrará até 2050. Sabendo das experiências do Paraná, viemos conhecer o que é feito e dá certo por aqui”, disse o ministro.

Piana apresentou o Casa Fácil Paraná, maior programa habitacional do Brasil, criado em 2019 pelo Governo do Estado e transformado em política pública em 2021. “A iniciativa já beneficiou cerca de 118 mil famílias em 366 municípios, com um investimento que já ultrapassou os R$ 1,4 bilhão”, detalhou o vice-governador.

O principal diferencial, segundo Piana, é o subsídio de R$ 20 mil para custear o valor de entrada dos imóveis a famílias com renda de até quatro salários mínimos, medida que resolve um dos maiores entraves para a aquisição da casa própria.

“O Casa Fácil é uma política que une impacto social e desenvolvimento econômico. Além de garantir moradia digna para quem mais precisa, gera milhares de empregos e movimenta a economia em todas as regiões do Paraná”, afirmou Piana.

O sucesso do programa estadual junto às construtoras e a crescente demanda da população pelos subsídios motivou a criação de novas modalidades para atender perfis de público que estavam à margem das políticas públicas de habitação.

A principal delas é o Casa Fácil Terceira Idade, voltada aos idosos, que atenderá inicialmente mil famílias com a concessão de R$ 80 mil para a entrada dos financiamentos, totalizando R$ 80 milhões. 

Para o atendimento à parcela mais carente da população, o Governo do Estado obteve um financiamento junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor de R$ 1 bilhão. O dinheiro já começou a ser aplicado pela Cohapar na construção de aproximadamente 6 mil residências para a realocação de pessoas que vivem em assentamentos irregulares, áreas de risco ou favelas sem custo aos beneficiários.

Além da parceria com o BID, o Estado também reservou R$ 533 milhões para a construção de 4.105 casas em municípios de até 25 mil habitantes, em parceria com as prefeituras. O projeto visa atender famílias em situação de vulnerabilidade e o número de unidades a serem liberadas por cidade será proporcional à quantidade de habitantes, garantindo uma distribuição equilibrada de projetos em todas as regiões.

Outras modalidades envolvem a construção de 1.045 casas para agricultores familiares; regularização de 50 mil imóveis; e instalação de 3,4 mil módulos sanitários em residências sem banheiro adequado.

O Governo do Paraná, por meio da Companhia da Habitação do Paraná (Cohapar) e da Invest Paraná, se colocou à disposição para futuros convênios que auxiliem no desenvolvimento de projetos na área habitacional do país.

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Foto: Igor Jacinto/Vice-Governadoria


COOPERAÇÃO ECONÔMICA – Na reunião da tarde, com o embaixador Robert Takata, da República Dominicana, Piana apresentou também dados do setor produtivo paranaense, com destaque para o agronegócio. Entre os projetos, citou o FIDC Agro Paraná, fundo lançado em abril na B3, em São Paulo, que busca gerar R$ 2 bilhões para projetos estruturantes no campo.

O FIDC Agro Paraná funciona como uma plataforma inovadora, por meio da qual cooperativas e empresas integradoras podem criar fundos vinculados e oferecer condições facilitadas de financiamento aos cooperados e produtores integrados. O modelo permite a aquisição de máquinas, sistemas de irrigação, estruturas de armazenagem e transporte, entre outros itens voltados à modernização da agroindústria.

“Foi uma iniciativa pensada para apoiar o cooperativismo, modernizar a tecnologia para o campo e fortalecer a renda nas regiões produtoras”, explicou. O vice-governador lembrou que as cooperativas paranaenses têm potencial para faturar R$ 500 bilhões até 2030.

Piana ressaltou, ainda, que o Paraná tem a melhor educação pública do Brasil, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), e destacou projetos de intercâmbio e cooperação internacional na área, como o Ganhando o Mundo. A pauta incluiu oportunidades de comércio de grãos e proteínas, além do setor do turismo entre o Paraná e o país caribenho.

“Fico impressionado com as potencialidades do Paraná. É um Estado forte e pujante, com as coisas sendo feitas certas, com um desenvolvimento fantástico. Vemos muitas possibilidades de estreitarmos as relações”, afirmou o embaixador.

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