O Instituto Água e Terra (IAT) formalizou nesta semana a criação de uma nova Unidade de Conservação (UC) para auxiliar na conservação ambiental do Paraná. Criada por meio do Decreto nº 11.920/2025, a Estação Ecológica Estadual Reserva de Bituruna, em Bituruna, no Sul do Estado, conta com uma área de 280 hectares de remanescentes da Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecidual. O território equivale a 392 campos de futebol de áreas protegidas, abrigando espécies de flora e fauna nativas do Paraná, além de um trecho do Rio Iguaçu.
A UC foi criada em decorrência de uma medida compensatória para o licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica Governador Bento Munhoz da Rocha Netto, construída no final da década de 1970 pela Companhia Paranaense de Energia (Copel). Por se tratar de uma Estação Ecológica, o espaço não é aberto ao público, permitindo visitas apenas para fins de pesquisa sobre ambientes florestais.
“A Estação tem uma relevância grande por ter uma fitofisionomia de duas florestas pouco representadas nas Unidades de Conservação estaduais, ou seja, são regiões do Estado que precisam de mais áreas protegidas para garantir a proteção desses ecossistemas tão importantes. É um projeto que estava em andamento há anos e agora a Diretoria do Patrimônio Natural do IAT fez todo o andamento para que esse trâmite fosse concluído”, explica a gerente de Biodiversidade do Instituto, Patrícia Accioly Calderari da Rosa.
O decreto também estabelece que, como entidade responsável pela administração da UC, o IAT deve criar o plano de manejo da Estação Ecológica. O documento, essencial para a gestão sustentável do local, deve ser elaborado, aprovado e implementado pelo órgão em até cinco anos.
BIODIVERSIDADE – A região da Estação Ecológica Estadual Reserva de Bituruna reúne uma grande diversidade de espécies nativas do Paraná. Entre as vegetais destacam-se a araucária (Araucaria angustifolia), o xaxim (Dicksonia sellowiana) e a canela-sassafrás (Ocotea odorifera).
Já em relação à fauna, foram registrados na UC 53 espécies de mamíferos como gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris), veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) e jaguatirica (Leopardus pardalis) e 208 espécies de aves como papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea), macuquinho-da-várzea (Scytalopus iraiensis) e grimpeiro (Leptasthenura setaria).
Também figuram 47 espécies de répteis como o cágado-rajado (Phrynops williamsi) e a boipevinha (Xenodon guentheri) e 36 espécies de anfíbios como a perereca-mochileira (Pleurodema bibroni) e a rã listrada (Leptodactylus plaumann).
“Por estar na faixa de transição entre dois ecossistemas florestais, a UC abriga uma grande riqueza de espécies de fauna e flora, incluindo algumas ameaçadas de extinção, refletindo a importância de manter essa área para preservar a biodiversidade local”, explica a engenheira florestal do IAT, Francielen Paola de Sá.
ÁREA VERDE – O Paraná possui atualmente 74 Unidades de Conservação catalogadas pelo IAT. Esse montante compreende mais de 26,5 mil km² de áreas protegidas por legislação, formadas por ecossistemas livres que não podem sofrer interferência humana ou àquelas com o uso sustentável de parte dos seus recursos naturais, como os parques abertos à visitação pública.s
Essas áreas de proteção são divididas em UCs estaduais de Uso Sustentável, com 10.470,74 km²; UCs estaduais de Proteção Integral (756,44 km²); Áreas Especiais de Uso Regulamentado (Aresur), 152,25 km²; e Áreas Especiais e Interesse Turístico (AEIT), com 670,35 km², todas com administração do Governo do Estado.
O cenário se completa com as Reservas Particulares do Patrimônio Natural, as chamadas RPPNs, que somam atualmente 553,83 km²; terras indígenas, com 846,87 km²; e Unidades Federais, de 8.840,39 km², sendo o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, a área mais simbólica; e Unidades Municipais (3.959,55 km²), como o Parque Barigui, em Curitiba.






