A Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep) divulgou nesta segunda-feira (17) uma nova que atualiza a delimitação do Núcleo Urbano Central (NUC) da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O estudo, elaborado pelos Departamentos de Planejamento e Inteligência Geográfica da Agência, redefine os limites da mancha urbana contínua da metrópole e identifica as áreas que passaram por maior transformação, subsidiando diretamente as diretrizes do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI-RMC).
O Núcleo Urbano Central representa a área onde o processo de conurbação é mais evidente, conectando Curitiba aos municípios vizinhos por meio de uma ocupação urbana contínua e da densidade populacional. A última versão do traçado havia sido formulada pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba - Comec em 2006, quando a dinâmica metropolitana era significativamente diferente da observada hoje.
Desde então, a RMC passou por mudanças importantes no padrão de adensamento, na expansão residencial e industrial e na consolidação de novos vetores de crescimento. O último Censo apontou evolução de 523.591 novos habitantes. É a região com maior densidade populacional do Paraná.
Para a atualização, a Amep utilizou uma metodologia inédita e detalhada, combinando dados do IBGE sobre áreas urbanizadas, mapeamentos recentes de cobertura e uso do solo do MapBiomas, informações da Copel sobre unidades consumidoras residenciais e industriais, dados georreferenciados do Censo Demográfico de 2022 e uma extensa avaliação fotogramétrica de alta resolução. O trabalho de geoprocessamento permitiu refinar a mancha urbana, comparar diferentes momentos históricos e estabelecer as áreas que passaram a integrar o NUC.
A nova delimitação mostra que o espraiamento urbano não avançou na mesma intensidade em todos os municípios metropolitanos, mas houve um expressivo adensamento em áreas já ocupadas, além de expansões vinculadas à disponibilidade de infraestrutura urbana, ao avanço do mercado imobiliário e à instalação de empreendimentos industriais.
As maiores transformações ocorreram sobretudo ao sul, abrangendo novas urbanizações em Fazenda Rio Grande, Mandirituba e São José dos Pinhais. Na região oeste, o limite do NUC passou a contemplar áreas urbanizadas de Balsa Nova, especialmente na localidade do Bugre e no entorno da indústria de cimento Itambé.
No norte da RMC, também foram incorporadas áreas em Campina Grande do Sul, Colombo, Itaperuçu e Rio Branco do Sul, que registraram adensamento e novos loteamentos. Em contrapartida, áreas predominantemente rurais e de proteção ambiental, especialmente entre Campo Largo e Araucária, foram retiradas do NUC para manter a coerência com o conceito morfológico do Núcleo.
Em comparação com a versão anterior de 2006 que era composta pelos municípios de Curitiba, Almirante Tamandaré, Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Rio Branco do Sul e São José dos Pinhais, para além de suas alterações de perímetro, a nova avaliação inclui Balsa Nova e Mandirituba.
FRANJAS URBANAS – Um dos avanços da Nota Técnica é a identificação e delimitação das Franjas Rural-Urbanas, regiões que apresentam características simultaneamente urbanas e rurais e que funcionam como zonas de transição. Nesses territórios, observa-se o crescimento de residências em áreas rurais, padrões de ocupação dispersa, pavimentação recente de vias e pressões imobiliárias que podem gerar conflitos de uso, sobrecarga de serviços públicos e impactos ambientais. Essas franjas passam a ser reconhecidas como áreas estratégicas para o planejamento metropolitano.
Já as Franjas Rural-Urbanas abrangem territórios de intensa relação rural-urbana e que exigem políticas específicas de controle e estruturação, atingindo também os municípios de Bocaiúva do Sul, Contenda e Tijucas do Sul.
Segundo o coordenador do Departamento de Planejamento da Amep, Raul Gradovski, a atualização é fundamental para orientar o futuro da RMC. “O estudo destaca que a metrópole passou por profundas transformações e que compreender seus novos limites é indispensável para organizar investimentos, planejar infraestrutura e alinhar políticas públicas entre os municípios. A nova versão do Núcleo Urbano Central servirá como referência para o PDUI-RMC, instrumento que definirá diretrizes integradas para mobilidade, uso do solo, habitação, infraestrutura e meio ambiente em toda a região metropolitana”, explica.
Com essa atualização, a Amep disponibiliza à sociedade, às instituições e aos gestores e agentes municipais um estudo devidamente fundamentado, capaz de subsidiar o planejamento urbano e regional dos municípios com maior integração, apoiar processos de tomada de decisão para o desenvolvimento da RMC nas próximas décadas e contribuir diretamente para o aprimoramento do PDUI.








