Comunidades quilombolas serão capacitadas para prevenir queimadas em suas regiões

Termo de Cooperação assinado entre a Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi) e a Coordenadoria Estadual da Defesa Civi prevê a formação de brigadas, distribuição de equipamentos e apoio técnico da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros para comunidade quilombolas.
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24/07/2025 - 17:00

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A Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi) e a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil assinaram nesta quinta-feira (24) o Termo de Cooperação do Projeto Queimadas Quilombolas. O objetivo é capacitar comunidades quilombolas do Paraná para prevenir, combater e mitigar os impactos das queimadas em seus territórios, com apoio técnico e logístico do Corpo de Bombeiros Militar e Defesa Civil Estadual.

Por meio do projeto será realizada uma formação de maneira semipresencial (EaD e prático), com foco na criação de brigadas civis de incêndio, treinamento em primeiros socorros, além da distribuição de equipamentos básicos e certificação dos brigadistas.

As brigadas incorporarão também os planos de contingência municipais, fortalecendo ainda mais as ações contra desastres. As ações incluem ainda o monitoramento de focos de queimadas com suporte dos órgãos de resposta e proteção.

A secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, destacou que esse projeto representa um avanço na valorização das comunidades tradicionais. “A formação de brigadistas quilombolas é um passo significativo na inclusão dessas comunidades nas políticas públicas de prevenção e resposta a emergências. Uma ação que une proteção ambiental, fortalecimento da cidadania e criação de oportunidades”, disse.

A Defesa Civil, responsável pela coordenação das ações de prevenção a desastres no Estado, será um dos principais parceiros na formação das brigadas quilombolas.

O coordenador executivo da Defesa Civil do Paraná, tenente-coronel Ivan Ricardo Fernandes, explicou que a parceria fortalece o trabalho do Estado nas áreas mais vulneráveis. “Além de promover a segurança, esse tipo de capacitação contribui com a geração de mão de obra qualificada dentro das próprias comunidades, permitindo que elas atuem diretamente na proteção de seus territórios”, afirmou.

“Nosso objetivo é garantir que essas comunidades tenham conhecimento técnico, estrutura e apoio contínuo para atuar de forma preventiva, reduzindo riscos e protegendo vidas”, acrescentou.

Clemilda Santiago Neto, assessora especial na Diretoria de Igualdade Racial Povos e Comunidades Tradicionais da Semipi, lembrou que a formação técnica é uma demanda antiga das comunidades. “Esse conhecimento pode salvar vidas. Já enfrentamos situações muito difíceis no nosso Estado, como em 1963, quando um grande incêndio causou destruição em grande parte do Paraná. Agora, com essa capacitação, teremos meios reais de proteger nossas famílias, comunidades e a natureza ao nosso redor”, reforçou.

Dados da Federação das Comunidades Quilombolas apontam que menos de 20% delas no Estado contam atualmente com brigadas de incêndio ou acesso a treinamentos formais. O Termo de Cooperação amplia essa cobertura com ações concretas de prevenção e resposta, especialmente durante os períodos de estiagem, promovendo mais segurança, autonomia e proteção para os territórios tradicionais.

PRESENÇAS – Também participaram da assinatura o tenente-coronel Dimas Clodomiro Menegatti, do Corpo de Bombeiros; o major Daniel Lorenzetto, do Corpo de Bombeiros; e a diretora de Igualdade Racial, Povos e Comunidades Tradicionais da Semipi, Ivânia Ramos dos Santos.

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