Estado adquiriu 5 mil toneladas de alimentos orgânicos para a merenda escolar em 2025

Em 2025, o Estado investiu R$ 54 milhões na aquisição de produtos livres de agrotóxicos para compor o cardápio das escolas da rede estadual. Para 2026, a previsão é que 100% das escolas do Paraná recebam diversos itens orgânicos, como arroz, feijão, fubá, farinha de mandioca, frutas, verduras, hortaliças, pães, ovos, entre outros.
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05/12/2025 - 11:20
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Em 2025, 5 mil toneladas de alimentos orgânicos foram distribuídas às escolas estaduais do Paraná. O número corresponde a 11% de todos os produtos adquiridos pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), vinculado à Secretaria de Educação do Paraná (Seed-PR). O investimento foi de R$ 54 milhões.

“A oferta de alimentos orgânicos na rede estadual é um compromisso do nosso Governo. Uma alimentação saudável, sem agrotóxicos e químicos, é indispensável para o desenvolvimento, o aprendizado e a saúde dos estudantes”, defende o secretário da Educação, Roni Miranda.

Para ser considerado orgânico, o alimento precisa ser produzido sem agrotóxicos, adubos químicos ou substâncias sintéticas que prejudiquem o meio ambiente. A produção também deve garantir o uso responsável do solo, da água e demais recursos naturais. Para 2026, a previsão é que 100% das escolas do Paraná recebam diversos itens orgânicos, como arroz, feijão, fubá, farinha de mandioca, frutas, verduras, hortaliças, pães, ovos, entre outros.

Parte significativa desses alimentos vem da agricultura familiar, que abastece hoje instituições de ensino de todos os municípios do Estado. Neste ano, o Fundepar adquiriu 17 mil toneladas de ovos, frutas, verduras, legumes, hortaliças e pães produzidos por cerca de 20 mil famílias de pequenos agricultores. Desse total, 1.400 famílias têm foco na produção orgânica.

“Ano após ano, ampliamos a oferta de orgânicos para assegurar que cada estudante paranaense tenha acesso a uma alimentação mais saudável e sustentável”, destaca a diretora-presidente do Fundepar, Eliane Teruel Carmona.

A nutricionista responsável técnica pela execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no Fundepar, Andréa Bruginski, reforça a importância da iniciativa. “Ampliar a oferta de alimentos orgânicos e agroecológicos significa aumentar o consumo de produtos sem agrotóxicos, o que traz benefícios diretos à saúde dos alunos e ao meio ambiente, preservando o solo e a água e contribuindo para a sustentabilidade”, afirma.

NA PONTA – No Colégio Estadual do Campo Nossa Senhora Conceição, em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a merenda é complementada pela produção orgânica da horta da escola, mantida por alunos e professores. “São refeições nutritivas, de qualidade e sem agrotóxicos. A gente fala que é uma comida que sustenta, e isso faz toda a diferença para os alunos”, conta a diretora Lozangela Machado de Morais Calado.

Para os estudantes Christian dos Santos Schaefer, Erick Krammer Andrade de Deus, Marcelo dos Santos Sabadim e Vitor Henrique Barbosa de Andrade, do 2º ano do Ensino Médio, é uma alegria ver produtos orgânicos no cardápio da escola. “A gente come alimentos frescos que a gente mesmo plantou”, relata Marcelo. “Passei a comer mais frutas, verduras e legumes por causa das refeições aqui da escola, é uma alimentação que faz bem para a saúde”, afirma Eric.

PARANÁ MAIS ORGÂNICO – A primeira compra de alimentos orgânicos para a rede estadual foi realizada em 2010. Desde então, o Estado trabalha para ampliar a inclusão desses produtos nas refeições escolares para que elas sejam cada vez mais orgânicas. Entre as ações de incentivo à produção e de conscientização sobre alimentação saudável está o programa Paraná Mais Orgânico (PMO), que auxilia agricultores familiares interessados em produzir alimentos de maneira orgânica.

Coordenado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o programa envolve as sete universidades estaduais do Paraná, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), vinculado à Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (Seab), e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), responsável pela certificação dos produtos orgânicos. As instituições de ensino superior e o IDR orientam sobre práticas agroecológicas e apoiam os produtores com acompanhamento técnico, incluindo ações de assistência técnica e extensão rural.

Segundo o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, a ampliação da produção orgânica fortalece a qualidade da alimentação escolar e impulsiona o desenvolvimento sustentável no campo. “A ciência aplicada ao cultivo orgânico, associada ao apoio técnico e científico, valoriza a agricultura familiar, fortalece a economia local, estimula práticas que preservam o solo e a biodiversidade e reafirma o compromisso com uma alimentação escolar segura, nutritiva e produzida de forma responsável”, afirma.

O Paraná lidera o ranking nacional de agricultores orgânicos certificados, segundo Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO), com 4.231 produtores.

“Isso mostra que estamos no caminho certo. Ao fortalecer a produção orgânica e apoiar os agricultores familiares, garantimos não apenas alimentos mais saudáveis para nossos estudantes, mas também renda e segurança para milhares de famílias do campo. O PMO cumpre esse papel ao facilitar a certificação e ampliar o acesso dos produtores a um mercado que só cresce”, destaca o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes.

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