A Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa do Paraná reuniu nesta semana jornalistas de Curitiba para um bate-papo sobre as políticas públicas desenvolvidas pelo Governo do Estado no enfrentamento à violência contra a mulher. O encontro teve como objetivo aproximar quem faz a comunicação das ações do poder público, ampliando os canais de informação para mulheres que, muitas vezes, estão em situação de risco e ainda não sabem como proceder.
Participaram profissionais de todos os grandes grupos de televisão, rádio e comunicação digital. O diálogo incluiu a apresentação dos projetos mais recentes do Governo do Paraná, além do detalhamento de políticas públicas criadas nos últimos anos.
“Nosso compromisso é transformar políticas públicas em proteção real. Mas isso só acontece quando a informação chega à mulher que precisa. Por isso, quisemos reunir quem tem o poder de comunicar, formar opinião e salvar vidas com uma manchete. Essa parceria é essencial”, destacou a secretária Leandre Dal Ponte.
Entre as inovações apresentadas, projeto-piloto de Monitoração Eletrônica Simultânea chamou a atenção por ser uma tecnologia pioneira no Brasil. A ferramenta cria uma zona de segurança ao redor da vítima e aciona automaticamente a polícia caso o agressor com tornozeleira se aproxime além do limite determinado. A vítima também é alertada em tempo real, por celular, podendo acompanhar a movimentação do agressor e até gravar o ambiente. O sistema funciona mesmo com baixo sinal de internet, garantindo a comunicação entre os dispositivos via Bluetooth.
Além disso, a secretária detalhou outras políticas de apoio à rede de atendimento municipal, como a criação do Fundo Estadual dos Direitos da Mulher (FEDIM/PR), que já destinou R$ 30 milhões a 178 municípios, e que terá mais R$ 90 milhões disponíveis nos próximos anos, e a Casa da Mulher Paranaense dedicada a formação técnica e apoio profissional. Outro destaque foi o programa Recomeço, que vai garantir um auxílio financeiro a mulheres em situação de violência e vulnerabilidade, com foco na reconstrução da autonomia.
Desde a criação da Secretaria da Mulher, em 2023, o Paraná também ampliou a rede de proteção municipal, saltando de 64 para 195 Fundos Municipais da Mulher; de 89 para 224 Conselhos Municipais e de 17 para 135 Organismos de Políticas para Mulheres. A estrutura foi reforçada com a entrega de 72 veículos para uso local e previsão de mais 85 em 2026.
A capitã da Polícia Militar Carolina Pauleto Ferraz Zancan também participou da conversa e apresentou a atuação da PM na proteção de vítimas. Ela destacou os treinamentos realizados com as equipes e o papel da tecnologia como aliada da segurança. “Temos mais preparo, mais ferramentas e uma rede mais articulada. Mas, acima de tudo, temos a consciência de que estamos protegendo vidas e histórias. Eu sou mãe de duas meninas. Quero que elas cresçam em um mundo sem medo”, afirmou.
Ela apresentou as iniciativas do programa Mulher Segura, que envolvem palestras, visitas e reuniões de aconselhamento. Ele foi implementado em 20 municípios como projeto-piloto e já resultou em diminuição de feminicídios. Um decreto governamental garantiu a expansão do programa para todas as 399 cidades.
CAMINHADA – O encontro terminou com um convite para o dia 22 de julho, quando o Governo do Paraná promove a Caminhada do Meio-Dia pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, em alusão ao Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. Em Curitiba, a concentração acontece na Praça Santos Andrade, com caminhada até a Boca Maldita. Mais de 120 cidades já confirmaram a participação simultânea.
