O Governo do Paraná está realizando a avaliação técnica dos ambientes de inovação credenciados no Estado com uma metodologia que combina critérios estratégicos, operacionais e de impacto. A primeira etapa contempla os 10 parques científicos e tecnológicos em operação em Curitiba e em sete cidades do Interior. Nesta segunda-feira (18), as atividades aconteceram no Parque Tecnológico da Saúde do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que concentra empresas e instituições dedicadas ao desenvolvimento de soluções em saúde.
O objetivo é qualificar e potencializar o ecossistema paranaense, identificando pontos de excelência e oportunidades de melhoria, a fim de fortalecer o papel dos ambientes de inovação como indutores do desenvolvimento tecnológico e socioeconômico. A iniciativa é coordenada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), por meio do Sistema de Ambientes Promotores de Inovação (Separtec).
Durante a visita ao Tecpar, foram apresentados projetos para impulsionar avanços em saúde e biotecnologia, alinhados às demandas do setor produtivo. Outro ponto abordado foram os desafios e as estratégias para ampliar a interação entre universidades, empresas e governo, com foco na transferência de tecnologia e prospecção de novos negócios. O processo avaliativo incluiu reuniões com gestores, pesquisadores e empreendedores, contribuindo para um diagnóstico detalhado.
Segundo o coordenador do Separtec, José Maurino Oliveira, as avaliações reforçam o compromisso do Governo do Estado em fomentar a inovação como vetor de desenvolvimento. “Essa iniciativa estratégica evidencia um esforço contínuo para qualificar e integrar todos os ambientes de inovação, e posicionar o Paraná como um polo nacional de excelência em ciência e tecnologia, pesquisa aplicada e geração de negócios inovadores, assegurando que os benefícios da inovação alcancem de forma integrada todas as regiões do Estado”, afirma.
CRITÉRIOS – A metodologia de avaliação, desenvolvida pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR), está estruturada em três eixos. O primeiro analisa o planejamento estratégico dos ambientes de inovação, abrangendo aspectos de gestão e conformidade legal.
O segundo critério observa as ações de empreendedorismo e inovação e a consolidação de parcerias estratégicas. Já o terceiro eixo mensura o desenvolvimento tecnológico, a infraestrutura disponível e o impacto gerado no ecossistema de inovação.
Atualmente em fase experimental junto aos parques científicos e tecnológicos, esse modelo avaliativo será expandido, posteriormente, para todos os ambientes de inovação credenciados no Separtec. O intuito é estabelecer um sistema integrado de indicadores capazes de mensurar e, principalmente, de fomentar o avanço tecnológico em todas as regiões do Paraná, promovendo a excelência dos ecossistemas de inovação.
O gerente da Creative Hub do Tecpar, Rogério Moreira de Oliveira, destaca a importância do modelo avaliativo para o desenvolvimento do ecossistema. “Esse modelo serve como guia prático, mostrando itens que precisam de atenção e ajudando a implementar ações estratégicas com base em experiências consolidadas”, disse. “Funciona como avaliação e consultoria para o ecossistema, além de permitir gestão mais eficiente ao identificar necessidades comuns e direcionar recursos assertivamente”.
No Tecpar estão instaladas instituições de destaque, como o Instituto Carlos Chagas (ICC) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), dedicado a pesquisas avançadas em doenças infecciosas e desenvolvimento de vacinas; o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), especializado em biotecnologia e produção de insumos para diagnósticos e terapias; e a Wolbito do Brasil, empresa voltada a soluções inovadoras em saúde digital. No mesmo espaço, a Incubadora Tecnológica abriga nove empresas que desenvolvem projetos tecnológicos na área da saúde.
PROGRAMAÇÃO – A equipe de avaliadores já passou pelo Parque Tecnológico da Indústria, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), e pela Hotmilk, o ecossistema de inovação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), ambos localizados na Capital. Também foram avaliados o Parque Tecnológico de Pato Branco, na região Sudoeste; o Cilla Tech Park, em Guarapuava, no Centro-Sul; o Parque Tecnológico de Telêmaco Borba, na região dos Campos Gerais; e o Parque Tecnológico Maringatech, em Maringá, no Noroeste do Paraná.
Em setembro, as avaliações ocorrerão nos ambientes de inovação da região Oeste do Estado, onde estão instalados o Parque de Agroinovação da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundetec), em Cascavel; o Itaipu Parquetec, em Foz do Iguaçu; e o Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), no município de Toledo.
CREDENCIAMENTO – O Paraná mantém o credenciamento dos ambientes de inovação como um pré-requisito para a aplicação de recursos públicos no setor, em conformidade com a Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Pecti). Atualmente, são 489 ambientes classificados em três eixos: parques tecnológicos, incubação e animação. Eles estão localizados em oito cidades da Região Metropolitana de Curitiba e em 56 municípios do Interior do Estado.
São, ao todo, 36 parques em operação, em planejamento e em implantação; 53 incubadoras; 63 pré-incubadoras; 12 aceleradoras; 64 centros de inovação; 34 agências de inovação e núcleos de inovação tecnológica; 74 hubs de inovação; e 154 espaços maker. O processo de avaliação está previsto nos editais de credenciamento do Separtec.
