Evento no Oeste destaca mobilização da Adapar contra a raiva em herbívoros

Lideranças estaduais, gestores municipais e técnicos da saúde animal participaram de um encontro na sede da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop). O evento celebrou a atuação da agência na região e reforçou a importância da mobilização contra a doença, ação que marcou a semana em diversos municípios.
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02/10/2025 - 15:40

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A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) reuniu nesta quinta-feira (02), em Cascavel, no Oeste, lideranças estaduais, gestores municipais e técnicos da saúde animal em um encontro na sede da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop). O evento celebrou a atuação da agência na região e reforçou a importância da mobilização contra a raiva em herbívoros, ação que marcou a semana em diversos municípios.

De acordo com o chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, o objetivo da mobilização é aproximar a defesa agropecuária da comunidade em um momento de preocupação com a doença.

“Não queríamos só publicar uma portaria, ditar uma regra lá de Curitiba e impor que os produtores cumpram” afirmou. “Resolvemos fazer uma campanha de educação, sensibilizar os produtores e ir nas escolas, faculdades, prefeituras para explicar o que está acontecendo e o porquê dessas medidas. Isso é algo inédito”, acrescentou.

O diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, destacou que a discussão ampliada é fundamental para o sistema de defesa. “Nós precisamos chamar a sociedade em geral para entender os desafios que enfrentamos, como é o caso da raiva. No contexto de saúde única, é fundamental a nossa conversa entre várias camadas de representações da sociedade”, pontuou.

Representando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Cesar Pian elogiou a iniciativa. “A educação sanitária e a conscientização não diminuem a nossa responsabilidade de fiscalização. É uma transformação de fato, temos que implementar essa nova visão de enfrentamento dos problemas”, destacou.

ASPECTOS TÉCNICOS – Durante o encontro, técnicos da Adapar apresentaram informações sobre a raiva, seus impactos e métodos de diagnóstico. A chefe da Divisão de Raiva dos Herbívoros, Elzira Pierre, e o chefe do Departamento de Laboratórios, Rubens Chaguri de Oliveira, abordaram os fatores de transmissão, a importância da vacinação e as ações da agência na mitigação da doença.

Ao final, secretários municipais da Agricultura reforçaram a necessidade de manter a mobilização contínua, alinhando esforços para proteger os rebanhos e reduzir os focos da doença na região.

VACINAS – A mobilização acontece em um momento decisivo, logo após a publicação da Portaria nº 368/2025, que tornou obrigatória a vacinação contra a raiva em 30 municípios da região Oeste. O produtor tem prazo de seis meses para se adequar à medida que foi adotada em razão do número elevado de focos registrados nos últimos anos e dos riscos à saúde pública. Em 2024, o Paraná confirmou 227 focos de raiva, sendo mais da metade nas regiões de Cascavel e Laranjeiras do Sul.

Até o final de setembro de 2025, já foram contabilizados 170 focos em 41 municípios, sendo 88 somente na região Oeste. A proximidade com o Parque Nacional do Iguaçu e a quantidade de pessoas que precisaram de tratamento após contato com animais suspeitos também reforçaram a necessidade da obrigatoriedade.

EDUCAÇÃO – O encontro também foi espaço para apresentação do Adapar Educa a Campo, projeto-piloto lançado com foco no enfrentamento da raiva dos herbívoros. A proposta é aproximar a defesa agropecuária da comunidade por meio da educação sanitária, envolvendo produtores, médicos veterinários, estudantes e agentes públicos em ações de orientação e prevenção.

A ideia é que o programa, lançado na região Oeste, seja expandido para outras áreas da defesa agropecuária, fortalecendo a integração entre a agência e a sociedade.

RAIVA – A raiva é uma zoonose que representa risco tanto para os rebanhos quanto para as pessoas. Transmitida principalmente por morcegos hematófagos, a doença causa prejuízos econômicos aos produtores e ameaça à saúde humana, pois não há cura após a manifestação dos sintomas.

A vacinação é a principal medida de prevenção, e a Adapar reforça que casos suspeitos devem ser notificados imediatamente. A agência atua em prol da sanidade dos rebanhos, para evitar perdas aos produtores e conter danos à saúde humana.

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