O Governo do Paraná e o Banco Mundial voltam a se encontrar em reuniões presenciais em mais uma missão sobre o Programa de Segurança Hídrica (PSH). Os encontros envolvendo a instituição financeira e as secretarias estaduais começaram nesta segunda-feira (1º) e vão até sexta (5). A abertura ocorreu na Sala de Situação, na sede da Secretaria do Planejamento.
O programa é uma iniciativa multissetorial, com investimento de US$ 263 milhões - o equivalente a cerca de R$ 1,6 bilhão -, dos quais, US$ 186 milhões serão financiados pelo Banco Mundial e US$ 77 milhões de contrapartida do Estado. O objetivo é promover a segurança hídrica para usos múltiplos no Paraná, no contexto das mudanças climáticas, aumentar a disponibilidade de água, inclusive para expansão das áreas agrícolas.
Representantes do Banco Mundial já estiveram no Estado em março e em julho de 2025. Na última ocasião, realizaram visitas de campo nas cidades de Maringá, Umuarama, Loanda, Cianorte e Curitiba. Os participantes conheceram realidades da segurança e insegurança hídrica, soluções no manejo agrícola e agropecuário para proteger nascentes, sistemas de irrigação por gotejamento, canalização de água da chuva para conter erosões, entre outras ações.
"O Banco Mundial está de volta ao Paraná para realizarmos os ajustes no nosso Programa de Segurança Hídrica, uma iniciativa construída a muitas mãos, com representantes de diversas secretarias e entidades”, explicou o secretário estadual do Planejamento, Ulisses Maia. “Esse investimento essencial é a nossa garantia de que não faltará água no futuro, permitindo um planejamento sustentável para assegurar o abastecimento para todos os paranaenses".
Além da secretaria do Planejamento, o Banco Mundial se reunirá com equipes técnicas das secretarias de Agricultura e Abastecimento (Seab) e das Cidades (Secid), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Instituto Água e Terra (IAT), Controladoria Geral do Estado (CGE) e Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR).
Segundo o secretário das Cidades, Guto Silva, essa instância de diálogo com o Banco Mundial ajuda a estruturar um grande projeto para garantir a produção e a preservação de água a médio e longo prazo, visto que a segurança hídrica é assunto estratégico para o Paraná. “Este é um espaço para pensar a médio e longo prazo esse recurso que está no DNA produtivo do Paraná, sobretudo no agronegócio”, disse o secretário Guto Silva.
A Secretaria das Cidades trata da Política Estadual de Saneamento Rural, que objetiva atender áreas não cobertas pela Sanepar. “Vamos coordenar ações, sob a ótica do Novo Marco Legal do Saneamento, fazendo um trabalho de prevenção às mudanças que impactem o dia a dia da população e a produção do agronegócio”, explicou.
Os resultados esperados com o PSH são a ampliação do uso adequado e regularizado dos recursos hídricos, da disponibilidade sustentável de água para diversos tipos de usos e da área cultivada com boas práticas sustentáveis de manejo do solo, água e ambiental.
“O Banco Mundial vem para nos permitir dar um salto ainda maior adiante. Cuidar do meio ambiente, preservar o momento e pensar no futuro. Aumentar a produção de alimentos, cuidando da água, criando ambientes favoráveis dentro das cidades e levando a qualidade de vida para o produtor rural no campo”, analisou o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes.
PASSOS À FRENTE –O Programa de Segurança Hídrica foi autorizado pela Comissão de Financiamentos Externos (COFIEX), órgão colegiado e integrante da estrutura do Ministério do Planejamento e Orçamento, em dezembro de 2024, sendo o início da preparação e operação da documentação junto ao Banco Mundial.
“O Paraná está alguns passos à frente dos demais estados porque tem uma capacidade instalada e já sabe da importância de desenvolver um programa de segurança hídrica”, disse o chefe da Unidade de Água para a América Latina do Banco Mundial, David Michaud. “Essa visão que o Governo do Paraná tem de fazer trabalhar todas essas instituições de maneira coordenada para assegurar a segurança hídrica é única. Outros governos fazem apenas atividades individuais”, analisou Michaud.
O programa também busca o desenvolvimento da qualidade dos recursos hídricos e da biodiversidade associada; a resiliência da produção agropecuária ao déficit hídrico; o acesso ao saneamento básico no meio rural e da coleta e destinação de efluentes da produção rural. Além disso, também objetiva a redução de conflitos de uso dos recursos hídricos, do risco de indisponibilidade hídrica no abastecimento urbano e da erosão em áreas urbanas, peri-urbanas e rurais suscetíveis.
PRESENÇAS – Participaram do encontro de abertura da Missão de Preparação do PSH, a gerente do projeto no Banco Mundial, Marie-Laure Lajaunie; o diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Natalino Avance de Souza; o diretor de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do Instituto Água e Terra (IAT), José Luiz Scroccaro; o diretor-geral da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Rodrigo Rodrigues; o diretor-geral da Secretaria do Planejamento, Domingos Trevizan; a controladora-geral do Estado, Izabel Marques; o diretor de Desenvolvimento e Integração da Secid, Marcos Marini, e o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky.