Governo e sociedade civil fortalecem ações e metas de combate à tuberculose

O encontro, que segue até sexta-feira (27), busca revisar o plano de trabalho, discutir estratégias para ampliar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento, e promover ações de combate ao estigma e à desinformação sobre a doença.
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26/06/2025 - 15:30
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A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) começou nesta quarta-feira (26), em Curitiba, a reunião do Comitê Estadual de Controle da Tuberculose (CECT-PR), com foco no fortalecimento das ações de enfrentamento à doença. O encontro, que segue até esta sexta-feira (27), busca revisar o plano de trabalho, discutir estratégias para ampliar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento, e promover ações de combate ao estigma e à desinformação sobre a doença.

A iniciativa representa um momento estratégico de articulação entre esferas de governo, organizações da sociedade civil, universidades e instituições parceiras, com o objetivo de alinhar diretrizes, enfrentar desafios regionais e fortalecer a atuação conjunta no combate à tuberculose.

“Apesar dos avanços que tivemos ao longo dos anos, a tuberculose ainda impõe desafios importantes para a saúde pública, especialmente entre as populações mais vulneráveis”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. “O Paraná tem o compromisso de manter políticas firmes de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, com acolhimento e respeito ao paciente. Encontros como este são essenciais para garantir que nossas ações cheguem onde são mais necessárias”.

Entre os temas centrais da reunião estão os desafios relacionados à resistência medicamentosa, à baixa adesão ao tratamento e aos determinantes sociais que afetam diretamente o enfrentamento da doença, como pobreza, moradia inadequada e exclusão social.

A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, destacou a importância da atuação em rede. “Combater a tuberculose exige mais do que medicamentos. Requer uma abordagem integrada, com envolvimento de todos os setores e atenção às realidades locais. Este encontro reafirma nosso compromisso com uma saúde pública humanizada, intersetorial e efetiva”, disse.

Durante os dois dias de programação, representantes das Regionais de Saúde, coordenadores municipais, profissionais da Atenção Primária à Saúde e da Vigilância, além de organizações da sociedade civil e instituições parceiras participam de mesas temáticas, apresentações técnicas e debates voltados ao aprimoramento da resposta estadual à doença.

A presença da Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias Não Tuberculosas do Ministério da Saúde e, também, da Rede Brasileira de Comitês fortalece o alinhamento com a política nacional e possibilita a troca de experiências exitosas entre os estados.

DADOS – A tuberculose segue como um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Em 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou mais de 10 milhões de casos no mundo, com aumento progressivo desde 2021.

No Paraná, em 2023, foram registrados 2.642 casos novos e 210 óbitos. Em 2024, o número de casos subiu para 2.707, mas houve redução no número de mortes para 193. Já em 2025, até o momento, o Estado notificou 761 casos, com 64 óbitos, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

A meta pactuada junto ao Ministério da Saúde é reduzir o número de casos para menos de 10 a cada 100 mil habitantes e os óbitos por tuberculose em 95%, menos de 230 por ano. “A morte por tuberculose é considerada um evento evitável. Ao realizar a vigilância desses óbitos, é possível compreender o percurso do paciente na rede de saúde e identificar onde podemos melhorar para evitar novas mortes”, afirmou Maria Goretti.

COMITÊ – Criado em 2023, o Comitê Estadual de Controle da Tuberculose do Paraná tem se consolidado como um espaço de diálogo e cooperação técnica entre Estado, municípios e diversos setores da sociedade envolvidos com o tema. O grupo reúne representantes do Ministério da Saúde, da Rede Brasileira de Comitês, instituições públicas e municípios com alta carga da doença, em uma construção coletiva das estratégias de controle da tuberculose no Estado.

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