Mês de redução de riscos de desastres: ações da Defesa Civil impactam 7 mil pessoas

As iniciativas alcançaram gestores públicos, profissionais de áreas técnicas, educadores e comunidade em geral. Além disso, alunos de quase 2.500 escolas ligadas ao programa Brigadas Escolares tiveram seus alunos envolvidos com as atividades para ensinar sobre as ações de risco e de resiliência.
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01/11/2025 - 06:10
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A Defesa Civil do Paraná encerrou, nesta sexta-feira (31), a programação do mês marcado por intensas ações de conscientização relacionadas ao Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres (RRD), celebrado em 13 de outubro. Foram promovidas atividades descentralizadas em diversas regiões do Estado, alinhadas ao tema definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) – “Financiar a resiliência, não os desastres”.

A proposta é incentivar as ações voltadas à gestão de riscos que previnam a ocorrência dos desastres, diminuindo possíveis impactos. Com isso, pessoas, estruturas e meio ambiente passam a ser mais protegidos e salvaguardados. 

As iniciativas alcançaram mais de 7.000 pessoas diretamente, entre gestores públicos, profissionais de áreas técnicas, educadores e comunidade em geral. Além disso, alunos de quase 2.500 escolas ligadas ao programa Brigadas Escolares tiveram seus alunos envolvidos com as atividades para ensinar sobre as ações de risco e de resiliência.

O coordenador Estadual da Defesa Civil do Paraná, coronel Fernando Schünig, destacou a importância das ações. “Neste ano, a Defesa Civil intensificou os trabalhos para a redução do risco de desastres com uma série de atividades como lives, seminários, exposições, trabalho junto às escolas”, disse. “Atividades preventivas demonstraram nossa preocupação e as ações que temos feito na questão da redução do risco de desastres”.

Outro marco, que impacta diretamente na resiliência dos desastres, foi o repasse, nesta quarta-feira (29), de R$ 8,1 milhões ao município de Guaratuba, primeira cidade a receber recursos do Fundo Estadual para Calamidades Públicas (Fecap) destinados a obras de resiliência e prevenção de desastres. O montante será aplicado em intervenções voltadas à prevenção de alagamentos e inundações em áreas mapeadas como de risco pela Defesa Civil do Paraná, por meio do Sistema Informatizado da Defesa Civil (SISDC).

O repasse para esse fim foi possível com sanção, em maio, da lei que amplia a abrangência do Fecap, possibilitando a utilização dos recursos para obras de prevenção, mitigação e preparação, além daquelas de apoio após os desastres, como já acontecia.

“A Defesa Civil sempre atuou muito forte na resposta aos desastres, mas sempre foi um pleito muito grande para que pudéssemos trabalhar em prevenção. Quem faz prevenção, com certeza, vai atuar muito menos no desastre”, destacou Schünig.

TRANSMISSÕES AO VIVO – Durante o mês, a Defesa Civil realizou sete transmissões ao vivo em diversos canais oficiais da instituição, abordando temas essenciais sobre prevenção e resiliência. As lives contabilizaram mais de 3 mil pessoas de todas as regiões do Paraná, que participaram e interagiram enviando perguntas, além de público de outros estados.

“As lives foram pensadas para chegar à maior quantidade de pessoas usando as tecnologias que estão disponíveis. Tanto profissionais da Defesa Civil quanto a população em geral, pessoas que são interessadas no tema, puderam acessar e saber como funciona a estrutura da Defesa Civil do Estado”, disse o porta-voz e responsável pela Comunicação da Defesa Civil, capitão Marcos Vidal. 

Segundo ele, um dos principais focos das lives foi justamente a participação social. “Conseguimos fazer um balanço positivo, tivemos participações muito expressivas, muitas pessoas que também mandaram suas dúvidas que foram respondidas. Com certeza, é uma ação que vai se repetir em outras oportunidades para possamos ir ampliando esse conhecimento para todos”, concluiu o capitão.

No dia 8 de outubro, a live “Como atua a Defesa Civil” apresentou as principais atribuições do órgão e esclareceu dúvidas sobre sua atuação. Em 13 de outubro, houve a live de abertura oficial do evento, conduzida pelo coordenador estadual, onde foram apresentados dados reforçando a importância do investimento em resiliência. 

No dia 14, a transmissão “Investindo em resiliência: Resiliência, ODS e emergência climática” reuniu especialistas de diferentes áreas para discutir os desafios das mudanças climáticas e a relevância dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Já no dia 15, a live “Monitoramento e alerta” detalhou o funcionamento do Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cegerd) e o processo de emissão de alertas à população. No dia 17, com tema “Fecap: Recursos para resiliência”,a transmissão apresentou a nova modalidade do Fundo Estadual para Calamidades Públicas, voltada à prevenção e à execução de obras de resiliência nos municípios. 

Em 22 de outubro, o encontro “Voluntariado: novo modelo de cadastro e atuação” destacou as atualizações no sistema de voluntariado e a importância do engajamento social. A última live do mês, “Como se preparar para eventos extremos”, compartilhou diversos conhecimentos focados nas tomadas de decisões diante de uma situação extrema para que as ações sejam executadas com calma e raciocínio lógico. 

PARCERIA COM O IPARDES – A Defesa Civil do Paraná também avançou em ações estratégicas de pesquisa e planejamento. Em outubro, foi realizada uma reunião com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) para a execução do projeto “Vulnerabilidade Socioambiental aos Riscos de Desastres Naturais nos Municípios do Paraná”. O estudo vai gerar indicadores de vulnerabilidade socioambiental para os 399 municípios do Estado, permitindo uma atuação mais precisa e preventiva. São informações construídas técnica e cientificamente que fortalecem as ações.

ATIVIDADES COORDENADAS – As coordenações dos 10 Núcleos Regionais de Defesa Civil (NARs) do Paraná promoveram atividades, do dia 13 ao dia 17, voltadas às estratégias de resposta a vendavais, reuniões com representantes de municípios afetados por esses eventos nos últimos meses e estratégias de resiliência para as cidades.

Os núcleos de atuação regional foram criados visando fortalecer o elo entre os municípios e o Estado, principalmente para que as equipes locais estejam preparadas para os primeiros momentos da emergência e para as ações de gestão de riscos.  Após as mudanças de gestões municipais, os núcleos visitaram todas as cidades do Estado para estabelecer essa integração.

BRIGADAS ESCOLARES – Outra frente de destaque foi o Programa Brigadas Escolares – Defesa Civil na Escola, que envolveu 2.478 instituições da rede pública estadual e da educação especial. As atividades incluíram oficinas, estações temáticas e materiais pedagógicos como caderno orientativo, folders, vídeos e slides  voltados à prevenção de riscos como chuvas intensas, enchentes e tempestades.

“Esse mês de outubro foi um marco para o programa Brigados Escolares - Defesa Civil na Escola, que demonstrou a sua força de mobilizar as escolas da rede estadual de ensino e da educação especial, com ativa participação dos 32 núcleos regionais de educação”, afirmou a responsável pelo programa, capitã Joyce Saboia. 

O programa já é amplamente conhecido, mas a novidade foi o maior envolvimento com os alunos. “As atividades foram desenvolvidas pelas escolas e com uma participação ativa dos alunos. Eles foram os protagonistas. As ações superaram nossas expectativas, fortalecendo essa cultura de prevenção e preparando a comunidade escolar para situações de emergência”, contou a capitã.

“A diversidade de ações, desde palestras com o Corpo de Bombeiros e com a Defesa Civil, até mesmo a confecção de murais, de jogos interativos, de maquetes representando os desastres, as enchentes, os alagamentos, como ocorrem, como se preparar, o que é possível ser feito para prevenir, todas essas ações fortaleceram o compromisso coletivo com a segurança. Foi uma ação de muito sucesso”, ressaltou.

SEMINÁRIOS – Houve, ainda, dois seminários temáticos, promovendo o intercâmbio técnico entre órgãos e especialistas.

O 2º Seminário Estadual sobre Produtos Perigosos (P2R2) teve como objetivo reunir especialistas da Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos (P2R2) e empresas que estão envolvidas direta ou indiretamente com agentes Químicos, Biológicos, Radiológicos e Nucleares (QBRN) com discussões voltadas para a prevenção. O evento uniu  224 participantes online e 50 presenciais.

O 2º Seminário Estadual de Segurança de Barragens contou com 85 pessoas e encerrou as atividades do mês com chave de ouro, trazendo debates sobre segurança, fiscalização e gestão de barragens em todo o Estado.

O chefe da Divisão de Gestão de Riscos da Defesa Civil do Paraná e responsável pela organização dos eventos, major Daniel Lorenzetto, avaliou as duas iniciativas e falou sobre a importância dos eventos integrarem o calendário do mês de Redução do Risco de Desastres (RRD). 

“Os eventos foram um sucesso. Foi importantíssimo que eles integrassem o mês de redução do risco de desastres e todas as palestras foram pensadas voltadas para ações de prevenção de riscos. Conseguimos atingir o público que esperávamos. As próximas edições serão no ano que vem e, provavelmente, novamente no mês de RRD, mas anterior a isso teremos outras atividades relacionadas com o tema, porém não na forma de seminários”, explicou.

COMPROMISSO COM A RESILIÊNCIA – Com ampla mobilização e resultados expressivos, o mês de outubro consolidou o compromisso da Defesa Civil do Paraná com a promoção da cultura da prevenção e o fortalecimento das capacidades locais de resposta. As ações integradas entre Estado, municípios e sociedade civil demonstram que investir em resiliência é investir em vidas e no futuro sustentável das comunidades paranaenses.

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