A obra de controle e recuperação da erosão no Emissário Água da Mina, em Loanda, no Noroeste do Paraná, alcançou neste mês 68% de execução. A intervenção é fruto de um convênio entre o Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), e a Itaipu Binacional, com investimento total de R$ 46,1 milhões, sendo R$ 21 milhões do IAT. A previsão é que a obra seja concluída no primeiro semestre de 2026.
A área era considerada uma das maiores erosões urbanas do Brasil, se estendendo por pelo menos oito quilômetros e chegando a 15 metros de altura em alguns locais. O projeto, elaborado em conjunto com a Embrapa, prevê a construção de um canal retangular em concreto armado, com 1.240 metros de comprimento, composto por um dissipador que receberá uma vazão de 55,07 m³/s, melhorando a microdrenagem da região.
Ele também contempla a implantação de um parque urbano na localidade, com o plantio de espécies arbóreas em 30 hectares ao longo das duas margens da erosão.
De acordo com o engenheiro civil do IAT na região Noroeste, Guilherme Winston da Silva Oliveira, além dos danos estruturais, a execução da obra busca superar desafios ambientais. “Temos ali a perda de solo, o assoreamento de cursos de água e a degradação da vegetação no entorno da voçoroca e na sua cabeceira. Por isso optamos pela criação de um parque urbano na região, que além de representar um ambiente de lazer para moradores de Loanda, servirá para atenuar o impacto do principal agente causador da erosão, a água, que passará a ser melhor absorvida em solo coberto com áreas verdes”, afirmou.
Ele explicou que a erosão em Loanda se estabeleceu ao longo dos anos, a partir do lançamento da drenagem pluvial do próprio município. Esse sistema capta a água da chuva que escoa por telhados, ruas e calçadas e a direciona para pontos afastados da área urbana, geralmente em zonas rurais ou periurbanas. Com a expansão da cidade, as vazões e velocidades do escoamento aumentaram, intensificando a abertura da voçoroca.
“Por isso a importância de implantar áreas verdes capazes de infiltrar parte das chuvas, criar bacias de amortecimento em regiões muito impermeabilizadas e instalar dissipadores de energia adequados para receber os escoamentos”, destacou Oliveira.
ARENITO CAIUÁ – Loanda está localizada na Formação Arenito Caiuá, que ocupa cerca de 3,1 milhões de hectares no Noroeste do Paraná, abrangendo 107 municípios da região, o que corresponde a aproximadamente 15% da área do Estado. O solo nessas cidades costumam ser arenosos e possui baixos teores de matéria orgânica. Por isso, se decompõem facilmente e possuem baixa capacidade de retenção de água, ficando mais sujeitos à erosão.
“No caso de Loanda, a erosão avançou de tal forma que já se aproximava da infraestrutura urbana, de áreas residenciais da cidade, prejudicando, inclusive, trechos de propriedades rurais. Essa intervenção foi emergencial e vai resolver o problema”, ressaltou o engenheiro.