A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prenderam sete pessoas durante uma operação deflagrada nesta terça-feira (25) contra uma organização criminosa envolvida no transporte interestadual de grandes carregamentos de drogas utilizando veículos "oficiais" adulterados.
A ação teve o objetivo de desarticular o grupo criminoso e contou com a atuação de cães de faro da PCPR para aumentar a eficácia das buscas. Ao todo, foram cumpridas sete ordens de prisão preventiva e seis de busca e apreensão nos municípios de Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu, no Paraná, e Joinville, em Santa Catarina.
Além das prisões, os policiais civis apreenderam veículos e celulares pertencentes aos investigados. Os eletrônicos passarão por perícia a fim de subsidiar novas fases da operação.
A investigação teve início em junho de 2025 com a apreensão de 762 quilos de maconha no interior de um Renault/Duster branco, irregularmente caracterizado com a identidade visual da Polícia Científica do Paraná. O veículo desobedeceu a ordem de parada da Polícia Rodoviária Federal e foi abandonado após colisão na BR-277, em Balsa Nova, na Região Metropolitana de Curitiba.
"A partir desse fato, a PCPR identificou a existência de uma estrutura criminosa estável, hierarquizada e com divisão de tarefas, responsável por diversos transportes ilícitos realizados entre Foz do Iguaçu, Curitiba e cidades do interior do Paraná, sempre com utilização de automóveis batedores, placas falsas e dissimulação por meio de símbolos de órgãos públicos”, explica o delegado Victor Loureiro.
Ao longo das apurações, foram identificados mais quatro episódios de transporte de drogas em veículos adulterados, que totalizaram mais de 1,5 tonelada de maconha e mais de 150 quilos de cocaína. Os entorpecentes costumavam ser transportados de cidades na região Oeste para cidades na região de Curitiba.
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O primeiro episódio aconteceu em abril de 2025, em Guarapuava, no Centro-Sul. Na ocasião, foram apreendidos 562 quilos de maconha em um veículo com placas adulteradas e falsos sinais identificadores do Poder Executivo do Governo Federal. Um segundo veículo, que atuava como batedor, também foi localizado.
A investigação identificou que os suspeitos utilizaram, em maio, um outro carro falsamente identificado como viatura do Instituto de Criminalística da Polícia Científica em um trajeto de Foz do Iguaçu à Curitiba. Ele era acompanhado por um outro veículo em comboio.
Em agosto, a PRF apreendeu 153 quilos de cocaína e diversos celulares que eram transportados em uma caminhonete com logotipos falsos da Receita Federal. A ação aconteceu em Guarapuava e dois homens de nacionalidade paraguaia foram presos.
O quarto episódio aconteceu em 3 de novembro, em Assis Chateaubriand, no Oeste. Na ocasião, a PRF apreendeu mais de uma tonelada de maconha que era transportada em uma caminhonete com placas falsas e sinais identificadores simulados da Itaipu Binacional.
Por meio de laudos periciais, imagens de câmeras de segurança, análises de dados e diligências de campo, a PCPR verificou que tanto os motoristas quanto os financiadores e responsáveis logísticos mantinham participação simultânea nos diversos eventos, repetindo veículos, rotas e métodos, demonstrando profissionalização do grupo criminoso.
Uma das formas de atuação do grupo era o uso de veículos batedores, que faziam varreduras na estrada para alertar sobre a presença de barreiras policiais e possíveis abordagens.
Entre os presos desta terça-feira estão o motorista que fugiu da abordagem na ocorrência de junho em Balsa Nova, pessoas que atuavam como batedores e motoristas responsáveis pelo transporte das drogas. Todos foram encaminhados ao sistema penitenciário.






