Cerca de 1.200 pessoas estiveram presentes à abertura do Smart Energy 2025 – Conferência Internacional de Energias Inteligentes, realizada nesta quarta-feira (10), no Centro de Eventos da Fiep. O evento promovido pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e Fiep, organizado pela Rede Paraná Tecnologia e Metrologia, segue até quinta-feira (11).
O destaque da programação do primeiro dia da conferência foi a palestra magna sobre sustentabilidade no setor elétrico, ministrada pelo diretor-geral, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa Neto.
Na solenidade de abertura, o diretor de Novos Negócios e Relações Institucionais do Tecpar, Celso Kloss, ressaltou que o evento chega à sua nona edição, sempre seguindo um processo contínuo de melhoria. Um exemplo disso, afirmou ele, é a integração com o Fórum de Eficiência Energética, que acontece paralelamente à conferência.
“O Smart Energy vem para trazer respostas às nossas demandas. Isso porque quando pensamos que já temos todas as respostas, mudam as perguntas, então devemos começar tudo de novo. No Tecpar nós temos desenvolvido projetos que se destacam nesse contexto. Um deles é sobre transição energética, que visa ampliar as várias aplicações e tecnologias que estão disponibilizando mais energia, e de maneira eficiente, além de pesquisas sobre uso do hidrogênio verde, biogás e biometano,” pontuou.
O superintendente de Gestão Energética do Governo do Paraná, Sandro Nelson Vieira, destacou a criação da superintendência, há pouco mais de nove meses, como uma importante iniciativa para olhar o tema da transição energética no Paraná de forma bastante responsável.
“O Paraná é um estado abençoado por conta das suas energias renováveis. Temos uma matriz renovável da ordem de 98%, representada fortemente pela nossa matriz hídrica, com um percentual de energia solar e eólica, e uma representação muito forte da transição energética. Agora buscamos o que chamamos de transição energética 2.0, relacionada a um grande ativo do estado, que são os setores agropecuário, sucroenergético e de proteína animal, com uso da biomassa para biogás ou biometano”, disse.
O vice-presidente da Fiep, Helio Bampi falou sobre o desafio de obter a segurança energética no país até 2030 e a previsão de dobrar a capacidade da indústria de transformação. “O Paraná é exemplo para todo o Brasil. Nosso estado está num momento virtuoso e temos que encarar esse desafio, porque temos um potencial muito forte de ser o ‘supermercado do mundo’. E a Fiep tem dado a sua contribuição, inclusive por meio do seu Conselho Temático de Energia, para que tenhamos toda essa força congruente, convergente e harmônica com o Estado”, pontuou.
Também participaram da solenidade de abertura a superintendente da REDE PR Metrologia Iramar Severiano; o superintendente de Clientes de Energia na Copel Mercado Livre, Felipe Pessuti; e o CEO da Eletron Energia Ricardo Kenji.
PALESTRA MAGNA – Durante a palestra, o diretor-presidente da Aneel destacou a necessidade de se trabalhar com a inteligência das redes elétricas para espaçar o consumo, e falou sobre o desafio de aumentar o consumo de eletricidade, trazer mais eficiência energética, com menor impacto no custo para o consumidor.
“No Brasil nós temos há mais de 100 anos uma única tarifa de baixa tensão, o que não representa a dinâmica da sociedade brasileira. Por outro lado, um número que nos traz muito orgulho é que 87% da nossa matriz elétrica é renovável, contra 28,1% da matriz mundial. A exemplo do que o Paraná é para o Brasil, certamente o Brasil também será uma fonte inesgotável de energia para o mundo”, afirmou.
Ele citou como case de sucesso o projeto de produção de biogás desenvolvido no município paranaense de Entre Rios do Oeste, que começou com uma solução para os resíduos suínos na região oeste do Paraná e se transformou em uma fonte de energia limpa para o município.
Sandoval abordou ainda a eletrificação como vetor de redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), e falou sobre a evolução da micro e minigeração de energia distribuída no país, mobilidade elétrica e projetos do Plano Quinquenal de Inovação.
“O setor elétrico é o coração da transição energética, ao viabilizar a descarbonização dos demais setores da economia via eletrificação e hidrogênio verde. A contribuição desse setor para a indústria nacional é a razão da nossa competitividade, podendo ser maior ainda. Então um evento como esse é importante, para que possamos conectar cada vez mais o setor de energia, a indústria, a inovação, as instituições públicas e privadas, para trazermos bem-estar para a nossa população para a sociedade”, afirmou.
SEGUNDO DIA – A programação do Smart Energy continua nesta quinta-feira com a apresentação de cases de sucesso e palestras sobre combustível sustentável para aviação e setor marítimo, inovação no campo, descarbonização na agricultura, inovação digital e redes inteligentes, entre outros temas. O evento encerra com a apresentação sobre Transição Energética – Desafios e Oportunidades no Paraná, ministrada pelo gerente do Centro Avançado de Transição Energética e Descarbonização do Tecpar, Bill Costa.